Toda criança está acostumada a ouvir os alertas dos pais para um bom banho. Entre eles, há um lugar cativo para os lembretes de partes do corpo que ficam escondidas, como atrás das orelhas, entre os dedos dos pés e no umbigo.
Agora, um estudo descobriu que essas regiões, chamadas de “partes quentes”, costumam ter uma composição de micróbios diferente do restante do organismo. E, é preciso reconhecer, os familiares sempre estiveram certos: é preciso limpá-las com frequência.
Esta é a primeira pesquisa a examinar a diversidade no microbioma da pele em diferentes partes do corpo. Os resultados foram publicados recentemente na revista Frontiers in Microbiology.
O microbioma e a saúde da pele
Em geral, a pele possui diversos microrganismos que são responsáveis por sua saúde. Isso acontece com órgãos internos e, portanto, também acontece na parte mais exposta do corpo.
Por isso, pesquisadores decidiram investigar se havia diferença no microbioma de uma parte para outra da pele. Com este objetivo, eles ensinaram estudantes de pós-graduação a coletar amostras de diferentes regiões do corpo.
Entre as partes quentes, eles coletaram amostras atrás das orelhas, entre os dedos dos pés e no umbigo. Já entre as partes secas, coletaram amostras das panturrilhas e dos antebraços.
Depois, os pesquisadores extraíram e sequenciaram o DNA das amostras, comparando os micróbios que habitam em cada ponto. Dessa forma, perceberam que o microbioma da pele varia em regiões secas, úmidas e oleosas.
Em geral, os antebraços e as panturrilhas, que geralmente são limpos de maneira mais atenta na hora do banho, tinham uma maior diversidade de microrganismos.
Portanto, essas partes têm potencialmente uma coleção mais saudável de micróbios em comparação com as amostras retiradas nos pontos quentes.
Isso porque a diversidade promove o equilíbrio. Quando certos micróbios problemáticos assumem o microbioma, eles podem causar doenças de pele como eczema ou acne, por exemplo.
Dessa forma, a pesquisa confirmou a importância de limpar todas as regiões, inclusive aquelas que geralmente são esquecidas.
“Os hábitos de limpeza podem alterar os micróbios que habitam a sua pele e, consequentemente, o estado de saúde dela”, afirmou Keith Crandall, autor do estudo, ao Science Daily.