A última pesquisa “Taking Stock With Teens”, da instituição financeira norte-americana Piper Sandler, realizada no final de 2022, mostra que o e-commerce Shein só perde para a Amazon entre os sites de compras preferidos da geração Z nos EUA.
Segundo o levantamento, 52% dos jovens dos EUA citaram a Amazon como seu comércio eletrônico preferido, seguido pela Shein (8%), Nike (6%) e Lululemon (4%). A fast fashion chinesa também aparece na lista das principais marcas de roupas.
O app ganhou destaque entre as norte-americanas nascidas de 1995 a 2010. Segundo a pesquisa, 44% disseram que veem a empresa de forma favorável. Nos adultos de outras faixas etárias, 22% compartilham da mesma opinião.
Em operação desde 2012, a Shein conquistou uma fatia importante do mercado estrangeiro durante a pandemia. À época, chamou a atenção por oferecer as últimas tendências da moda por preços mais acessíveis. E não é só nos EUA que o site faz sucesso.
No ano passado, o aplicativo do e-commerce tomou o lugar da Shopee e se tornou o app de compras mais popular do mundo, com 229 milhões de downloads só em 2022. Enquanto isso, a Amazon ficou em quarto lugar global, com 195 milhões de transferências.
Debate no Brasil
Além de ser um dos apps preferidos entre os jovens dos EUA, a Shein acaba de entrar no centro do debate sobre a taxação das compras feitas em plataformas estrangeiras pelos consumidores brasileiros.
Uma rede de políticos pressiona o governo federal para acabar com o comércio online de produtos asiáticos para consumidores brasileiros. O grupo classifica a venda como “contrabando digital”.
Integrantes da FPE (Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo) dizem que o país recebe cerca de 500 mil pacotes vindos da China todos os dias, o que já fez o Brasil perder “bilhões” em impostos.
Um projeto de lei que tramita na Câmara desde o ano passado prevê que todas as plataformas de e-commerce passem a exibir detalhadamente todos os custos de importação e taxa no país de destino junto do preço final do produto.
Por causa disso, diversos influenciadores e consumidores usaram as redes para protestar contra a medida nas redes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Depois disso, usuários reclamaram nas redes a respeito de um suposto aumento de impostos sobre os produtos que vinham da China, em especial da Shein.
Não está claro se a pressão dos parlamentares teve alguma influência, mas consumidores da Shein relataram grandes taxas sobre os produtos nos últimos dias. Em alguns casos, o valor do imposto é maior que o da compra. O Giz Brasil buscou a Receita Federal para esclarecer a questão, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.