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CEO da SoftBank admite arrependimento por ter confiado demais no fundador do WeWork

Masayoshi Son, CEO e fundador da Softbank, demonstrou arrependimento por confiar demais no fundador do WeWork, Adam Neumann.

Masayoshi Son, CEO e fundador da SoftBank, durante apresentação

Masayoshi Son, CEO e fundador da Softbank, em conferência realizada em Tóquio. Crédito: Kazuhiro Nogi/AFP via Getty Images

O presidente e CEO da SoftBank, Masayoshi Son, admitiu em uma apresentação de resultados do segundo trimestre nesta quarta-feira (6) que ele errou na valorização do WeWork, segundo relatos.

Nos últimos meses, o WeWork — que tentou se firmar como uma empresa de tecnologia visionária, em vez de uma empresa imobiliária com muito dinheiro de capital de risco — tentou fazer seu IPO (oferta pública inicial) com uma avaliação de US$ 47 bilhões. Porém, isso não saiu como a empresa esperava.

A oferta acabou chamando a atenção para problemas de supervalorização e para o comportamento bizarro do ex-CEO Adam Neumann, além de acordos eticamente questionáveis. A SoftBank, maior investidora por meio de suas subsidiárias e de seu Vision Fund, foi forçada a resgatar o WeWork em um acordo que o avaliava em apenas US$ 8 bilhões, cerca de 82% menos que os US$ 47 bilhões anteriores. A SoftBank perdeu US$ 4,6 bilhões no processo.

“Meu julgamento sobre o investimento foi muito ruim”, disse Son aos investidores, de acordo com o Wall Street Journal. “Me arrependo de várias maneiras.”

“No caso do WeWork, eu cometi um erro”, afirmou Son em entrevista ao New York Times. “Não tenho desculpas para dar. Foi uma lição muito dura.”

Son também acrescentou que a SoftBank estava errada ao dar a Neumann um controle tão grande sobre a empresa, e mencionou o pacote de rescisão de US$ 1,7 bilhão que o cofundador recebeu ao deixar o cargo de CEO: “Esse tipo de exceção não acontecerá novamente”.

“Eu superestimei o lado bom de Adam”, afirmou Son, de acordo com o NYT. Ele acrescentou que, com relação ao “lado negativo, em muitos casos, fechei os olhos, especialmente quando se trata de governança”.

O Wall Street Journal diz que Son prometeu nunca mais resgatar nenhuma empresa de seu portfólio, além de que o SoftBank e o Vision Fund passariam a usar a lucratividade como sua principal métrica para avaliar empresas. Ele também divulgou um retorno de 13% do portfólio do Vision Fund desde 2017, apesar do WeWork. O NYT escreveu que os números divulgados pelo SoftBank parecem mostrar que a empresa perdeu US$ 6,4 bilhões nos últimos três meses.

“Não existe a necessidade de que eu desapareça para superar o arrependimento”, disse Son aos investidores. “A visão continua a mesma.”

Alguns investimentos da SoftBank, como o feito na gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba, tiveram um crescimento explosivo. No entanto, outros, como Uber e Slack, não estão dando muito resultado.

As ações da Uber atingiram um recorde de baixa, sendo negociadas em US$ 25,58 na quarta-feira. Isso aconteceu logo depois de chegaram ao preço de US$ 27, valor negociado um pouco antes do término de um período de bloqueio, o que libera grandes acionistas como executivos e investidores para vender ações. Isso representa 40% do preço de US$ 45 pelo qual elas foram negociadas durante a abertura de capital.

Dan Ives, analista da Wedbush Securities, disse à CNBC que a Uber é um “acidente de trem” e que deve perder ainda mais valor.

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