Sol artificial coreano atinge 100 milhões de graus Celsius por 30 segundos

E a equipe espera tornar o Sol artificial ainda mais quente em 2025. Entenda por que investir em uma estrela "fake", com temperatura quase 7 vezes maior que a do nosso próprio Sol, pode ser uma boa ideia
Sol artificial coreano atinge 100 milhões de graus Celsius por 30 segundos
Imagem: National Research Council of Science & Technology/Reprodução

A energia do Sol e de outras estrelas é produzida por meio de fusão nuclear. No espaço, os núcleos atômicos de diferentes tipos de gás hidrogênio se fundem de forma natural, o que resulta na formação de gás hélio e partículas de nêutron. Uma pequena quantidade de massa é perdida nesse processo, convertendo-se em energia. 

Se fosse possível reproduzir esse processo na Terra, os humanos conseguiriam obter quantidades ilimitadas de energia limpa, o que seria benéfico para a sociedade e para o ambiente. Agora, pesquisadores da Universidade Nacional de Seul, na Coréia do Sul, estão mais próximos de tornar esse plano uma realidade. 

Em entrevista à New Scientist, os cientistas contaram que conseguiram manter o reator nuclear KSTAR – também conhecido como “Sol artificial coreano” – ativo a uma temperatura de 100 milhões de graus Celsius durante 30 segundos. O tempo exposto pelos pesquisadores ao veículo é superior ao que foi relatado no estudo divulgado na revista Nature. A efeito de comparação a temperatura do núcleo do nosso Sol é de 15 milhões graus celsius.

Essa temperatura já havia sido atingida em estudos anteriores, porém, é o aumento do tempo que chama a atenção na pesquisa. Isso porque é extremamente difícil manter o plasma controlado. Para ter uma ideia, quaisquer instabilidades nesse estado quente e ionizado da matéria pode fazer com que ele toque nas paredes do reator e se resfrie, atrapalhando a reação.

Para impedir que isso ocorresse nos testes, os pesquisadores usaram barreiras eletromagnéticas para criar um campo de alta pressão no centro do plasma, reduzindo sua densidade. Isso fez com que os átomos no interior do plasma se movesse mais rapidamente e, consequentemente, permitissem uma maior estabilidade da matéria.

Esse é apenas o começo. Em 2025, a equipe espera colocar a temperatura do Sol artificial coreano acima de 100 milhões de graus Celsius, mantendo o reator ligado por cinco minutos.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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