A NASA está tentando resolver um problema com a broca de perfuração da sonda Curiosity, que está emperrada e deixou o robô fora de ação por mais de duas semanas no monte Sharp.
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No dia 1º de dezembro, cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA descobriram que a Curiosity falhou na execução dos comandos de perfuração. A sonda estava programada para fazer a sétima perfuração do ano, e seria o décimo sexto trabalho desse tipo desde que chegou em Marte em agosto de 2012. A partir do momento em que o problema surgiu, a sonda ficou parada enquanto os engenheiros tentam diagnosticar e consertar o erro.
A Curiosity perfura rochas usando uma combinação de broca giratória com uma espécie de martelo. Desde o início da missão, um problema elétrico deixou o mecanismo que deveria marteladas defeituoso. Mas a broca deu conta do recado. Há cerca de um ano, a sonda encontrou outro problema, quando o motor que abre uma câmara de processamento de amostra travou.
“O problema era intermitente mas recentemente desapareceu”, disse o cientista de projeto da Curiosity, Ashwin Vasavada, numa coletiva de imprensa da União de Geofísica dos Estados Unidos na semana passada.
O novo problema, segundo Vasavada, parece estar relacionado com o mecanismo que move a broca de perfuração para cima ou para baixo. Especificamente, parece que um freio na broca não conseguiu desengatar completamente no dia 1º de dezembro. “Conseguimos determinar que o freio era o problema mais provável”, disse Vasavada. “E conseguimos ter um sucesso parcial em mover o mecanismo de alimentação da broca e desemperrá-la”.
Embora pareça uma notícia animadora, não está claro se a Curiosity está no caminho para se recuperar. “Apenas nos últimos dias, determinamos que o problema é recorrente”, continuou Vasavada. “Então ainda estamos num processo de descobrir como recuperar a operação da alimentação da broca”.
A sonda Curiosity está escalando lentamente o monte Sharp, o pico central da cratera Gale, local onde pode ter existido um lago de água salgada há bilhões de anos. Em intervalos regulares, a Curiosity faz perfurações para medir a mineralogia e os materiais orgânicos. Hoje a sonda está parada na formação de Murray, uma região diversa em argilito que tem grandes alterações na elevação, rendendo descobertas importantes em relação a outros ambientes de Marte.
“Uma bacia sedimentar como esta é um reator químico”, disse John Grotzinger, outro membro da equipe de cientistas da Curiosity, em um comunicado. “Os elementos são rearranjados. Novos minerais se formam e os antigos se dissolvem. Os elétrons são redistribuídos. Na Terra, essas reações sustentam a vida”.
Seria uma pena se a investigação da Curiosity fosse interrompida devido a algo tão insignificante como um problema no freio da broca. Mas quando você está operando uma máquina que já passou da sua expectativa de vida e que está a milhões de quilômetros de distância, essas pequenas falhas significam muito.
“Mesmo que a sonda não queira ficar presa na lama, ela meio que está”, disse o cientista representante Joy Crisp.
Imagem do topo: NASA/JPL-CALTECH/MSSS.