Spotify imita o Facebook e escolhe caminho errado, criticam analistas

Especialistas argumentam que, ao adquirir exclusividade de um artista, o Spotify faz o mesmo que uma empresa de mídia social que contrata um influenciador, por exemplo - o que implica ser responsabilizado pelo conteúdo dele
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Em meio à polêmica envolvendo o Spotify e o apresentador Joe Rogan, acusado de ter usado palavras racistas em seu programa, certos analistas criticaram o posicionamento do streaming — que segundo eles, imita o Facebook e escolhe caminho errado.

“Eles estão agindo como se devessem ser tratados como uma plataforma — quando na verdade funcionam como uma empresa de mídia”, disse Jennifer Grygiel, professora de comunicação da Universidade de Syracuse e especialista em mídia social.

A principal crítica é que, segundo eles, a plataforma de música está tentando resolver a situação de forma isenta, como se a responsabilidade por seus conteúdos não fossem inteiramente da empresa Spotify. Entretanto, esse argumento é um tanto falho, se considerar que a companhia desembolsou US$ 100 milhões para se tornar o único distribuidor de “The Joe Rogan Experience”.

Assim como as grandes empresas de mídia sociais Twitter e Facebook, o Spotify está tendo que aprender que se algo está na sua plataforma, é de sua responsabilidade. Ou seja: ao adquirir exclusividade de algum artista, a plataforma de streaming faz o mesmo que uma empresa de mídia social, que contrata um influenciador, por exemplo.

Mas, apesar de toda a polêmica, Daniel Ek, CEO do streming de música teve um posicionamento curioso, ao defender que silenciar Rogan não fosse a solução.

Em entrevista para a Associated Press, Ek disse que pode levar meses para saber o impacto da polêmica na empresa. Uma pesquisa feita pela Forrester, apontou que a maioria dos usuários do Spotify não tinha intenção de cancelar sua assinatura, por enquanto.

Hoje, o Spotify é o maior streaming direcionado a música. Segundo o Midia Research, a plataforma domina com 44% de toda a participação de mercado de usuários de podcast. Apple,
Amazon e Google têm menos da metade de seu tamanho.

Essa semana, a plataforma retirou do ar mais de 100 episódios do popular podcast de Joe Rogan, mas mantendo o jogo de cintura, a empresa não desfez o contrato com o comediante.

“Se o Spotify acabar tendo que retroceder em Joe Rogan, existe o risco de ser visto como retrocesso em podcasts”, disse Mark Mulligan, diretor administrativo da Midia Research.

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