Startup cria lixeira tech para transformar resto de comida em ração de galinha
A startup norte-americana Mill criou uma lixeira tech que transforma restos de comida em ração para galinhas. O equipamento fica conectado à tomada e processa o lixo assim que os pratos são limpos após as refeições.
Na prática, a lixeira desidrata os restos de alimentos até que fique parecido com café moído. Assim que fica 100% cheia, os usuários podem esvaziar o conteúdo em uma caixa enviada pelo correio — que volta, então, para a startup.
Quando chega de volta à empresa, o material vira um ingrediente para ração de frango. Isso significa que o lixo orgânico não vai para os aterros sanitários, onde geram gás metano – um dos responsáveis pelo efeito estufa.
Quem comprar a lixeira leva para casa um aplicativo que mostra quanta comida os usuários mantiveram fora do aterro sanitário, por exemplo. Além disso, assinaturas mensais custeiam o envio da matéria prima de volta à empresa. O plano mais barato fica em US$ 33 – cerca de R$ 170 no câmbio atual.
A criadora diz que a vantagem da tecnologia é que a casa não fica com cheiro de compostagem, uma vez que o conteúdo da lixeira não se decompõe. Pelo contrário, todos os restos de comida viram outra coisa imediatamente.
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Menos desperdício
“As famílias dos EUA desperdiçam, em média, 230 kg a 280 kg de comida por ano”, disse o fundador e CEO da startup, Matt Rogers, ao site Axios. “Mas quando você tira a água, o lixo fica cerca de 80% menor”.
Segundo ele, ao usar a lixeira tech a quantia de lixo orgânico produzido se transforma em “uma ou duas caixas de sapato por mês” para cada família, em média, nos EUA. “Toda a reciclagem que fazemos economiza cerca de meia tonelada de emissões por família por ano”, pontuou.
A lixeira tecnológica pode ser uma solução para o desperdício de alimentos no mundo. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a humanidade não aproveita 1,3 bilhão de toneladas de comida por ano – um terço de toda a produção mundial de alimentos.
Esse volume seria suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas. Só no Brasil, o desperdício de alimentos chega à média de 27 milhões de toneladas anuais.