Startup faz conexão Bluetooth via satélite pela primeira vez
A Hubble Network se tornou a primeira empresa na história a estabelecer uma conexão Bluetooth com um satélite. Em março deste ano, a companhia lançou dois satélites na missão Transporter-10, da SpaceX. Desde então, os aparelhos emitiram sinais dos chips Bluetooth de 3,5 milímetros a mais de 600 quilômetros de distância.
Segundo a Hubble, a tecnologia vai permitir a conexão de milhões de dispositivos em qualquer lugar do mundo. O recurso pode ser aplicado em setores como logística, rastreamento de gado, coleiras inteligentes para animais de estimação, relógios com GPS para crianças, monitoramento de temperatura do solo e mais.
Um dos fundadores da empresa, Alex Haro disse que existem empresas bastante interessadas na tecnologia, como no monitoramento remoto de ativos para a indústria de petróleo e gás. A ideia é aumentar a cobertura à medida que novos setores demonstrarem interesse no recurso.
Uma vez funcionando, os clientes só precisam integrar aos processadores dos dispositivos um firmware que permite a conexão com a rede da Hubble por Bluetooth.
De início, a proposta de criar uma conexão via Bluetooth via satélite parecia loucura. Afinal, até mesmo em curtas distâncias alguns dispositivos têm dificuldade em manter uma ligação estável pelo sistema.
Porém, existe uma demanda para o uso de Bluetooth em dispositivos conectados à internet das coisas. Devido às limitações da tecnologia atual, muitas empresas não conseguem conectar seus aparelhos, dificultando a aplicação nos negócios.
Hubble pensou em todas as etapas da conexão Bluetooth via satélite
Além do Bluetooth, a Hubble patenteou uma tecnologia de antena de matriz em fases que funciona a bordo de pequenos satélites. Essas antenas funcionam como lupas e permitem a comunicação de dispositivos com o satélite da empresa pela conexão sem fio.
No processo de desenvolvimento da tecnologia, porém, a companhia precisou resolver problemas relacionados ao Doppler. Esse erro acontece devido a incompatibilidades de frequência que ocorrem entre objetos em movimento rápido trocando dados por meio de ondas de rádio.
Ainda este ano, a Hubble pretende lançar mais dois satélites. Os dispositivos, aliás, irão formar o que o fundador da empresa chama de “constelação beta”. Entre 2025 e 2026, a companhia espera colocar 32 satélites em órbita.
Os 36 satélites formarão a primeira “constelação de produção” da Hubble e irão permitir a conexão com outro satélite cerca de duas a três horas por dia de qualquer lugar do mundo.