Ciência

Startup quer produzir alimentos para animais a partir de gás de efeito estufa

Empresa quer fazer ração para frangos e peixes usando gás dióxido de carbono; entenda o processo
Imagem: Thomas Iversen/Unsplash/Reprodução

A startup inglesa Aerbio abriu sua primeira instalação de testes de uma nova forma de produção de alimentos a partir de gases na Holanda. A iniciativa desenvolve ração animal a partir de dióxido de carbono (gás de efeito estufa) e hidrogênio. Com a abertura do local, os testes devem ter uma produção inicial de 200 kg por mês.

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Junto com parceiros como o SAIC (Sustainable Aquaculture Innovation Centre), a Aerbio visa produzir a nova proteína unicelular Proton, que serve para alimentar salmão e galinhas. O ingrediente é rico em proteínas e derivado de microrganismos naturais.

“Ao contrário da maioria dos micróbios que dependem do açúcar como fonte de carbono e energia, os nossos prosperam com dióxido de carbono e hidrogênio”, diz a empresa.

“Ao dissolver esses gases com oxigênio em uma solução à base de água enriquecida com nitrogênio e eletrólitos, fornecemos o ambiente perfeito para nossos micróbios florescerem. Semelhante às plantas, eles utilizam esses elementos simples para criar moléculas complexas como carboidratos, gorduras e proteínas”, afirmou.

Vantagens do Proton

O processo de produção da ração se beneficia da crescente disponibilidade do gás hidrogênio e dióxido de carbono, produtos de projetos de transição energética em larga escala. Assim, usando a tecnologia de fermentação aeróbica de gases da Aerbio, ela consegue gerar a ração Proton.

A vantagem do processo é que ele não exige terras aráveis ​. Ele também pode ser implantado perto de qualquer processo industrial que gere dióxido de carbono e hidrogênio de qualidade alimentar. Ou seja, podem oferecer capacidade de produção doméstica de suprimentos a países que dependem da importação de ingredientes ricos em proteínas.

Considerando a crise climática, o projeto pretende atingir emissões líquidas de carbono zero no setor de produção de alimentos. De acordo com a empresa, a pegada de carbono do Proton é até 90% menor do que a da farinha de peixe ou da soja, por exemplo.

Futuro do projeto

Testes iniciais sugerem que o Proton tem os mesmos benefícios nutricionais que ingredientes de rações de origem animal ou vegetal. Além disso, a empresa planeja enviar seus primeiros produtos nos próximos meses, com testes começando por volta de setembro e resultados no início de 2025.

Também está em desenvolvimento uma “Instalação de Lançamento de Mercado” com capacidade de produção de 250 toneladas de Proton anualmente. Além disso, futuras instalações comerciais devem aumentar de forma significativa a produção, com cada local capaz de produzir 100 mil toneladas por ano.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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