Ciência

Surto de dengue: mosquito Aedes aegypti também pode infectar pets?

Presença do mosquito transmissor da dengue também deve ser uma preocupação para os donos de pets; veja como proteger os animais de doenças
Imagem: Joe Caione/ Unsplash/ Reprodução

O Brasil enfrenta um surto de dengue nos primeiros meses de 2024. Com mais de 50 óbitos e 395 mil casos suspeitos registrados, os índices superam o esperado. Somente no mês de janeiro, por exemplo, teve o triplo de incidência da doença em comparação com o mesmo período em 2023.

Vetor do vírus da dengue, o mosquito Aedes aegypti tende a se reproduzir mais rápido neste período do ano, que é quente e chuvoso. Dessa forma, além da preocupação de infecção em humanos, o surto da doença também acende o alerta para donos de pets.

No entanto, especialistas ressaltam que o vírus da dengue não atinge pets. Em geral, o único hospedeiro vertebrado dos microrganismos que causam a doença (e também do vírus da zika e do chikungunya) é o humano.

Porém, o Aedes aegypti e outros mosquitos também são vetores de outros parasitas que podem infectar animais de estimação. Dessa forma, é preciso continuar atento com as picadas em seus pets.

Doenças com insetos como vetor que podem afetar os pets

A dirofilariose é uma doença causada por um verme, cujo vetor também pode ser o Aedes aegypti. A doença é mais comum em cães do que em gatos e seus principais sintomas são cansaço, desmaios e convulsões. Em geral, os sinais podem levar até um ano para aparecer, o que torna o tratamento da doença bastante desafiador nessa fase.

Além dela, outro parasita transmitido tanto para cães quanto para humanos é o da Leishmaniose. Ele contamina os pets através da picada de insetos flebótomos, que são mosquitos pequenos de cor amarela clara. Geralmente, os flebótomos habitam refúgios de animais, como casinhas, caixotes de lixo, jardins e matas. Eles também costumam se alimentar ao entardecer. 

Depois de infectado, um pet com Leishmaniose pode apresentar a doença de duas formas. A primeira é a cutânea, também conhecida como “ferida brava”. Ela causa lesões na pele e pode afetar nariz, boca e garganta.

Já a forma visceral da Leishmaniose é uma doença sistêmica que afeta vários órgãos, principalmente fígado, baço e medula óssea. Sua evolução é prolongada, podendo ultrapassar um ano em alguns casos.

Quais são os principais cuidados

De acordo com especialistas, alguns cuidados no cotidiano para se proteger da dengue também vale para os pets. Confira abaixo:

  • Utilize coleiras que possuem repelentes de pulgas, carrapatos e mosquitos, que são uma alternativa fácil e viável para proteger seus cães;
  • Cultive vasinhos de citronela em casa, pois essa planta atua como um repelente natural;
  • Instale telas em portas e janelas, porque isso também ajuda a evitar a entrada de insetos;

Além disso, há outros cuidados específicos para quem vive em áreas de risco. Por exemplo, para prevenir a Leishmaniose, considere discutir com o veterinário a possibilidade de vacinação do seu pet. 

Já se você vive em regiões litorâneas, que possuem alto risco de dirofilariose, é fundamental conversar com o profissional sobre um protocolo preventivo mensal. 

De modo geral, essas medidas já conseguem garantir a saúde e o bem-estar do seu pet, protegendo-o contra doenças transmitidas por insetos e parasitas.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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