Telegram não libera dados de neonazistas e Justiça suspende a rede no Brasil

Segundo a PF, o app de mensagens não entregou números de telefone e informações sobre integrantes de grupos neonazistas investigados no país
Telegram recusa dados de neonazistas e Justiça suspende a rede no Brasil
Imagem: Christian Wiediger/Unsplash/Reprodução

A Justiça determinou que operadoras de telefonia e lojas de aplicativos retirem o Telegram do ar imediatamente nesta quarta-feira (26) em todo o Brasil. O motivo: o aplicativo não entregou todos os dados sobre grupos neonazistas solicitados pela Polícia Federal. 

A Diretoria de Inteligência da PF disse ao G1 que empresas como Vivo, Claro, Tim, Oi, Google e Apple vão receber o ofício de ordem de suspensão do app ainda hoje. O app seguia funcionando normalmente até a publicação desta reportagem. 

O Telegram entregou parte dos dados solicitados pela Polícia na sexta-feira (21), após intervenção do Judiciário. A companhia, porém, não entregou números de telefone dos integrantes e administradores de um grupo com conteúdos neonazistas, uma das principais solicitações do inquérito. 

Além da suspensão do app, a Justiça também determinou uma multa de R$ 1 milhão por cada dia que o Telegram se recusar a fornecer os dados. Até então, a multa era estimada em R$ 100 mil. 

A investigação da PF rastreia um grupo neonazista em Aracruz (ES) desde o ataque à escola que deixou quatro mortos em novembro do ano passado. Segundo a polícia, o assassino, um adolescente de 16 anos, disseminava conteúdos antissemitas em grupos do Telegram. 

Além do discurso contra judeus, as mensagens também divulgam “tutoriais de assassinato”, vídeos de mortes violentas, formas de fabricar artefatos explosivos, promoção ao ódio de minorias e ideias neonazistas. 

A corporação pediu à plataforma a entrega dos dados de administradores e integrantes do grupo para apurar a conexão entre eles e se o grupo influenciou o crime em Aracruz e em outras escolas do país. 

O Giz Brasil entrou em contato com o Telegram, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas