Telescópio espacial Euclid revela suas primeiras imagens teste; confira

Telescópio da ESA está na fase de calibragem dos instrumentos. Entenda quais problemas técnicos já apareceram no caminho
imagem teste divulgada pela ESA e obtida com o telescópio espacial euclid
Imagem: ESA/NASA/Reprodução

O telescópio espacial Euclid, que vai complementar as observações do James Webb nos próximos anos, acabou de fazer suas primeiras observações-teste. Elas mostraram que o telescópio e seus instrumentos estão funcionando bem, obrigado, e não representam a qualidade das imagens que serão geradas daqui para frente.

Os cientistas e engenheiros por trás da missão, liderada pela ESA (agência espacial europeia), vão continuar os testes de verificação de desempenho nos próximos meses, antes que as observações científicas comecem para valer.

“Depois de mais de 11 anos projetando e desenvolvendo o Euclid, é extremamente emocionante ver essas primeiras imagens”, disse o gerente do projeto, Giuseppe Racca, da ESA. O telescópio deve permitir a construção de um mapa 3D da distribuição de matéria no universo – fornecendo pistas sobre duas entidades misteriosas: a matéria e a energia escura.

Lançado em 1º de julho, a partir da Flórida (EUA), o Euclid deve ficar dois meses na fase de testes. Ele está a 1,5 milhão de quilômetros, no segundo ponto de Lagrange (L2): uma região em que as forças gravitacionais da Terra, do Sol e da Lua se anulam. É possível estacionar objetos nesse ponto – o telescópio espacial James Webb, por exemplo, também está lá.

imagem teste gerada pelo Euclid

Esta é a versão completa da imagem que abre este texto. Ela mostra galáxias e estrelas, e foi gerada pelo instrumento para luz visível do telescópio Euclid. Imagem: ESA/Divulgação

Os instrumentos do Euclid

O telescópio Euclid tem uma câmera para a luz visível e um instrumento para o “infravermelho próximo” – ou seja, ondas eletromagnéticas que são um pouco menos energéticas e mais compridas do que aquelas que nosso cérebro entende como as cores do arco-íris. 

Dizer que é “infravermelho próximo” significa que estas ondas estão próximas da faixa visível do espectro eletromagnético, mas bem distantes da próxima categoria de luz: as micro-ondas, ainda mais compridas e menos energéticas.

Segundo a ESA, o espectrômetro de infravermelho próximo (NISP) do Euclid tem duas funções. Ele pode fazer imagens de galáxias em luz infravermelha e medir a quantidade de luz que as galáxias emitem em vários comprimentos de onda. 

Isso permite calcular diretamente a que distância cada galáxia está – porque, à medida que a luz viaja pelo Universo em expansão, as ondas se esticam e pulam de uma faixa para outra no espectro eletromagnético.

Problemas técnicos

A ESA afirmou em comunicado que a equipe da missão tomou um susto ao usar a câmera para luz visível pela primeira vez. Ela captou um padrão inesperado de luz contaminando as imagens. A luz, provavelmente, vem do Sol e está entrando na espaçonave por uma pequena abertura.

A equipe percebeu que essa interferência só acontece quando o telescópio está apontado para direções específicas. “Portanto, evitando certos ângulos, o VIS [VISible instrument, ou “instrumento visível” do Euclid] poderá cumprir sua missão”, disse a agência espacial em comunicado.

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