Ciência

Telescópio James Webb descobre buraco negro vermelho do início do Universo

Cor vermelha é resultado da densa camada de poeira e gás ao redor do buraco negro, que se formou quando o Universo tinha 800 milhões de anos
Imagem: CC0 Public Domain/Reprodução

O Telescópio Espacial James Webb, da NASA, fez uma descoberta surpreendente: um buraco negro supermassivo e extremamente vermelho do início do Universo. Segundo a agência espacial norte-americana, ele está a 12,9 bilhões de anos-luz da Terra.

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Chamado J0313-1806, o buraco negro tem uma massa de cerca de 1,6 bilhão de vezes a do Sol, e se formou quando o Universo tinha apenas 800 milhões de anos.

O artigo descrevendo a descoberta foi publicado na revista Nature. A pesquisa foi feita por um grupo de astrônomos liderado pelo pesquisador Lukas Furtak e por Adi Zitrin, ambos da Universidade Ben-Gurion do Neguev (Israel).

Importância da descoberta do buraco negro

Segundo os pesquisadores, ele é tão vermelho porque está cercado por uma grande quantidade de poeira e gás. Essa camada espessa absorve a luz azul e verde e deixa passar apenas a luz vermelha.

Assim, essa poeira e gás são o resultado da intensa atividade do buraco negro, que devora a matéria ao seu redor e emite enormes jatos de radiação e partículas.

“Ficamos muito entusiasmados quando o Webb começou a enviar seus primeiros dados. Estávamos escaneando os dados que chegaram para o programa Uncover e três objetos muito compactos, mas com flores vermelhas, se destacaram e chamaram nossa atenção”, disse em comunicado Lukas Furtak autor principal dos artigos de descoberta.

Os pesquisadores apontam que a descoberta do buraco negro vermelho é um marco para a ciência. A revelação mostra que os buracos negros supermassivos já existiam no início do Universo, e que eles podem ter influenciado a formação das primeiras galáxias e estrelas.

Além disso, a descoberta desafia os modelos teóricos de como os buracos negros se formam e crescem, pois eles precisariam de uma taxa de acreção (processo de acumulação de material de maneira gradual) muito alta para atingir essa massa em tão pouco tempo.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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