O Telescópio Espacial James Webb (JWST) foi desenvolvido para olhar objetos distantes no espaço, trazendo aos cientistas informações sobre os primórdios do Universo. No entanto, o maquinário também pode ser utilizado para observar planetas próximos, da mesma forma que fez com Júpiter em julho deste ano.
Agora, um segundo planeta do sistema solar foi alvo do telescópio. Estamos falando de Marte, que está localizado relativamente próximo da Terra. Tirar fotos do planeta vermelho foi um desafio para Webb, já que seus instrumentos foram programados para capturar sistemas afastados.
Em resumo, a luz infravermelha brilhante de Marte pode acabar ofuscando as lentes do telescópio. Para evitar quaisquer problemas, os cientistas tiveram que usar exposições muito curtas, além de aplicar técnicas especiais de análise de dados.
O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (19) nos sites da NASA e ESA. Nas fotos, é possível ver uma região do hemisfério oriental do planeta em dois comprimentos de onda diferentes. O comprimento de onda mais curto revela características da superfície frequentemente vistas em imagens de luz visível, enquanto a imagem de comprimento de onda mais longo traz informações sobre o calor emitido pela superfície e atmosfera marcianas.
A foto de luz visível revela os anéis da Cratera Huygens, uma estrutura de 450 km de diâmetro no planeta. Além disso, é possível ver a rocha vulcânica de Syrtis Major, uma das regiões mais escuras de Marte, e também o brilho da Bacia de Hellas, uma das maiores crateras de impacto de todo o sistema solar.
Se você estava esperando por alguma grande novidade, sinto lhe informar que não há nenhuma. As imagens, na verdade, servem mais como uma prova de conceito, mostrando que o James Webb é capaz de coletar dados que outros telescópios não podem. Por enquanto, só nos resta aguardar por novos cliques.