O aquecimento global tem sido uma preocupação constante dos cientistas. E mesmo com todos os alertas nas últimas décadas, a situação do planeta não parece que vai melhorar tão cedo. Segundo pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido, os esforços para manter o aumento da temperatura abaixo de 1,5º C estão sendo insuficientes. Por isso, o planeta pode alcançar a temperatura crítica já em 2029.
Um estudo publicado na Nature mostra que, com o nível de emissões atual, a possibilidade de conter o aumento médio de temperatura global em 1,5º C em relação aos níveis pré-industriais até 2030 é de apenas 50%.
Esse marco de 1,5º C até o final da década foi estabelecido pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) para impedir que o aquecimento global não chegue a efeitos catastróficos.
Por outro lado, as emissões de CO2 estão em 40 bilhões de gigatoneladas por ano. Segundo os pesquisadores, se a média de aumento se mantiver, a temperatura do planeta não ficará abaixo de 1,5ºC.
Além disso, se os países não diminuírem os níveis de emissões rapidamente, a temperatura média do planeta será de 2ºC em 2046.
“As estimativas apontam para menos de uma década de emissões neste nível atual. A falta de progresso na redução das emissões significa que podemos estar cada vez mais certos de que a janela de oportunidade para manter o aquecimento global em níveis seguros está se fechando rapidamente”, afirmou Robin Lamboll, pesquisador do Imperial College.
Censo climático da ONU alerta para temperaturas
A OMM (Organização Meteorológica Mundial), órgão vinculado à ONU para as mudanças climáticas, publicou em agosto deste ano o novo censo climático de 140 países. A entidade fez o levantamento em conjunto com os Centros Nacionais de Informações Ambientais dos Estados Unidos.
Os dados revelaram que, em 2022, a temperatura média global ficou cerca de 1,15°C acima do que era na fase pré-industrial. Anteriormente, em 2021, a temperatura média global era 1,1 °C acima do limite pré-industrial.
Além disso, em 2023, já é possível perceber que a tendência é que o planeta continue aquecendo em ritmo acelerado, devido ao El Niño. Em setembro deste ano, por exemplo, foi o mês mais quente já registrado no planeta.