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Um terremoto danificou uma pirâmide no México – e expôs um templo Asteca escondido

No dia 19 de setembro de 2017, um terremoto de magnitude 7.1 na escala Richter atingiu o México, matando quase 370 pessoas. Mas algo bom surgiu desse evento trágico: o terremoto danificou uma pirâmide centenária, revelando um templo Asteca desconhecido que estava escondido sob a construção. • A última refeição de Ötzi, o Homem do […]

No dia 19 de setembro de 2017, um terremoto de magnitude 7.1 na escala Richter atingiu o México, matando quase 370 pessoas. Mas algo bom surgiu desse evento trágico: o terremoto danificou uma pirâmide centenária, revelando um templo Asteca desconhecido que estava escondido sob a construção.

• A última refeição de Ötzi, o Homem do Gelo pré-histórico, foi bastante energética
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Ao checar danos estruturais causados pelo terremoto de 2017, arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) realizaram uma descoberta incrível: um templo localizado a cerca de dois metros abaixo do topo da pirâmide Teopanzolco, uma estrutura que os astecas dedicaram a Tláloc, o deus da chuva Asteca.

Não era incomum em culturas antigas fazer construções por cima de estruturas velhas, mas neste caso, os arqueólogos não tinham ideia de que havia um templo lá dentro.

Enquanto realizaram a pesquisa, os arqueólogos do INAH perceberam que algumas das pedras do topo da pirâmide estavam frouxas. O templo escondido se revelou quando os cientistas procuram por um terreno mais firme.

Um membro da equipe do INAH inspeciona o templo antigo. Imagem: INAH

O templo recém descoberto mede cerca de 6 metros por 4 metros, e data do período Meio Pós-Clássico, entre os anos 1150 e 1200 d.C. O templo foi construído pela cultura Tlahuica, um dos muitos povos astecas que viviam no México pouco antes e durante o período da invasão dos espanhóis, que começou em 1521.

O templo e a pirâmide Teopanzolco que foi construída acima, que deve ter sido construída perto do ano 1300 d.C., estão localizados no estado de Morelos, cerca de 70 quilômetros ao sul da Cidade do México. O templo recém descoberto é, possivelmente, a evidência mais antiga de ocupação humana na região de Morelos – uma descoberta importante que representa um estágio muito inicial do período Asteca.

“Apesar do quê o terremoto significou, precisamos ser gratos a esse fenômeno natural pela revelação dessa estrutura importante, que muda as datas desse sítio arqueológico”, disse Isabel Campos Goenaga, diretora do Centro Morelos do INAH, em uma coletiva de imprensa realizada no começo desta semana.

As paredes do templo foram encontradas perto dos restos de colunas de estuque que sustentavam um teto. Humidade intensa destruiu boa parte das paredes de estuque, mas os arqueólogos conseguiu salvar alguns fragmentos para o estudo. Os arqueólogos do INAH afirmam que a estrutura provavelmente representa a primeira fase construtiva da pirâmide Teopanzolco, pré-datando o famoso Templo Mayor, que é do período Final Pós-Clássico (1200 a 1521 d.C.).

Restos do templo antigo sob o topo da pirâmide. Imagem: INAH

“O templo interno que encontramos na pirâmide de Teopanzolco é o mais velho nesse sentido”, explicou a arqueóloga do INAH, Barbara Koniecza. “Já detectamos dois estágios de construção, e onde estamos agora consideramos que seja a fase mais antiga de construção, antes da segunda fase, que aconteceu na época do Templo Mayor”.

Infelizmente, o terremoto danificou a pirâmide Teopanzolco, além de dois templos. O solo dos dois santuários afundou e agora estão deformados, o que deixou as estruturas potencialmente instáveis. Mais trabalho será necessário para avaliar os danos e para a elaboração de possíveis estratégias de restauração. Até lá, o local, que está fechado ao público desde setembro, permanecerá inacessível aos turistas.

[INAH, BBC, ABC]

Imagem do topo: A pirâmide Teopanzolco. Crédito: INAH

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