Ciência

“Terremoto Taylor Swift”: o relato científico da magnitude dos tremores dos fãs no show

Segundo estudo, tremores causados por fãs da cantora durante show em Los Angeles são mais fortes que música - é o "terremoto Taylor Swift"
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Ainda na primeira fase da The Eras Tour, em agosto de 2023, Taylor Swift fez dois shows em Los Angeles. Entre a empolgação dos fãs e o ressoar das ondas sonoras nas caixas de som, um grupo de cientistas notou os tremores causados pelo evento. Agora, meses depois, eles publicaram um estudo no qual analisam os abalos sísmicos da apresentação – ou mais um terremoto Taylor Swift.

Como resultado, descobriram que as danças e pulos da plateia no SoFi Stadium geravam os tremores, não as reverberações do sistema de som.

Entenda a pesquisa

Desde que Taylor Swift havia feito show em Seattle e causado o chamado “Swift Quake” (ou “Terremoto Swift”), em português, pesquisadores do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos EUA, instalaram sensores de movimento no SoFi Stadium para coletar os dados do show.

Além disso, também usaram dados das estações permanentes da rede sísmica regional e geraram espectogramas, que são gráficos que exibem a intensidade das frequências de diversos sinais ao longo do tempo. 

A ideia era identificar a assinatura sísmica de músicas tocadas na The Eras Tour, determinando a intensidade do tremor de cada uma.

De acordo com o estudo, cada música de Taylor Swift tinha um sinal de tremor distinto. No segundo dia de show em Los Angeles, os pesquisadores identificaram 43 das 45 músicas tocadas nos espectrogramas gravados.

Então, eles criaram uma equivalência entre a energia irradiada em cada canção com parâmetros de magnitude de terremotos. Isso é algo como descobrir qual magnitude sísmica de uma música pensando em terremotos que irradiam a mesma quantidade de energia que essa melodia.

“Tenha em mente que esta energia foi liberada ao longo de alguns minutos em comparação com um segundo para um terremoto dessa magnitude. Com base na força máxima do tremor, o abalo mais forte foi equivalente a um terremoto de magnitude -2,” explicou Gabrielle Tepp, autora da pesquisa.

Embora as músicas tenham variada consideravelmente em magnitude, os cientistas afirmaram que “Shake It Off” bateu o recorde de todo o show.

Os impacto dos swifties

Para os pesquisadores, ainda faltava uma resposta. De onde veio todo aquele tremor? A dúvida era se os responsáveis pelos abalos sísmicos eram os movimentos dos fãs empolgados ou apenas a vibração da música, dos instrumentos e caixas de som.

Em mais uma etapa da pesquisa, eles realizaram experimentos que incluíram a música “Love Story”. Eles tocaram em um alto-falante portátil, além de dançar e pular ao som da canção enquanto media os tremores com um sensor de movimento.

Como resultado, Tepp e sua equipe descobriram que os responsáveis eram os movimentos dos swifties, ou seja, dos 70 mil fãs de Taylor Swift que estavam presentes no show de Los Angeles. 

Segundo os cientistas, foi uma surpresa constatar que as batidas do baixo “não geraram um sinal harmônico, mesmo sendo mais precisas no ritmo do que os pulos”.

“Os sinais de tremor provavelmente vêm da plateia, mas se a banda está variando a batida ou a velocidade das músicas enquanto toca, talvez a plateia esteja reagindo de forma diferente,” Tepp sugeriu.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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