Tetragon, game indie brasileiro equilibra fácil acesso e complexidade
Em conversa com o Bitniks, Leonardo Minozzo relata a evolução do estúdio Cafundó - e dá sua visão sobre a relação pai e filho no game.
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Feito majoritariamente com linhas retas, Tetragon é o primeiro título internacional do estúdio Cafundó. O game foi lançado em julho deste ano para PC, Nintendo Switch, Xbox One e PlayStation 4 – e está prevista também uma versão mobile, no futuro. Neste jogo do gênero puzzle (quebra-cabeça), controlamos o lenhador Lúcio em uma jornada para resgatar seu filho raptado. Por depender de uma jogabilidade baseada em plataformas e labirintos, somente os olhares mais atentos irão notar o grande arco narrativo por trás das sucintas linhas de diálogo ao decorrer da história.
Em conversa com o Bitniks, Leonardo Minozzo, produtor executivo de Tetragon, conta que foram 3 anos até o lançamento do jogo. Metade desse tempo foi para a produção e a outra foi para negociar sua distribuição. Para ele, desenvolvedores devem criar um jogo pensando em distribuir fora do país. Esse movimento considera o quanto o gamer brasileiro casual coloca a mão no bolso. “Às vezes, a maior base de usuários é no Brasil, mas o país fica em décimo lugar em termos de faturamento”.“Em termos de retorno financeiro, digo que você não pode desenvolver um jogo pensando no Brasil. Apesar de termos mercado consumidor grande, o brasileiro está mais acostumado a jogar free to play” Leonardo Minozzo, sobre o mercado gamerO Cafundó é um estúdio de animação fundado em 2008, a princípio voltado para publicidade (em vídeos), mas que logo passou a ser dedicado também à animação de jogos. Com a prestação de serviços, logo começaram a gostar da ideia e passaram a desenvolver os próprios projetos. Foi em um desses projetos que viram potencial em desenvolver Tetragon. Quem conhece as narrativas de jogos populares com certeza se deparou com uma figura paterna marcante nos games. God of War, The Last of Us, Bioshock, The Walking Dead (da Telltale) são exemplos. Geralmente, o relacionamento entre pais e filhos gira em torno da proteção das crias — seja você controlando o pai ou seu rebento. Perguntei ao produtor sobre como Tetragon se diferenciava nesse sentido, considerando o modelo paternal saturado da indústria. “Se você escutar todos os diálogos e interagir com todos os personagens, você começa a entender que o pai não está somente na busca pelo filho, mas como uma forma de ele também despertar para a vida”, responde Minozzo.