Só em 2023, a ByteDance, empresa-mãe do TikTok, encomendou quase US$ 1 bilhão em placas de aceleração da Nvidia. O valor equivale a R$ 4,8 bilhões no câmbio atual e corresponde a todas as GPUs compradas na China durante todo o ano de 2022.
Voltadas para computação de alto desempenho (HPC), essas GPUs são essenciais para que sistemas de IA processem uma quantidade gigantesca de dados e consigam entregar resultados em tempo satisfatório.
A Nvidia A100, por exemplo, tem velocidade de até 624 teraflops por segundo, o que equivale a 624 trilhões de cálculos por segundo.
De acordo com o jornal Jitwei, a ByteDance adquiriu até agora 100 mil unidades das placas de aceleração Nvidia A100 e H800. Cada uma custou, em média, US$ 10 mil – ou R$ 47,7 mil no câmbio atual.
A companhia teria feito a encomenda antes dos EUA proibirem a exportação de hardwares de alto desempenho à China, em agosto de 2022.
Em meio ao bloqueio, a Nvidia conseguiu licença para vender ao país asiático a placa H800. A tecnologia, que deve entrar no mercado ainda em 2023, é uma versão com metade do desempenho da Nvidia H100. Hoje essa é a GPU mais rápida do mundo, com até 4 petaflops por segundo – ou 4 quatrilhões de cálculos por segundo.
Corrida de IA
O alto investimento da dona do TikTok em peças da Nvidia se explica pela atual corrida pelo domínio da IA no mundo.
Com um mercado estimado em US$ 4,4 trilhões (cerca de R$ 21 trilhões), a IA poderá ter aplicações práticas que irão muito além da rede social de vídeos. E, como é comum acontecer na área de tecnologia, quem chega primeiro muitas vezes pode acabar levando tudo.
Apesar do ChatGPT liderar a corrida até aqui, outras empresas também estão investindo pesado para ter seu modelo próprio de IA, como as gigantes Google e Meta. Já na China, além da ByteDance, Alibaba e Tencent têm feito pesquisas nesse setor, mesmo com as restrições comerciais impostas pelos EUA.
Quem mais tem se beneficiado dessa corrida é justamente a Nvidia, que se tornou a principal fornecedora de hardware para sistemas de IA no mundo. Em maio, a empresa norte-americana alcançou a marca histórica de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 4,8 trilhões) em valor de mercado, impulsionada pela venda de componentes para o mercado corporativo.
Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.
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