Tim Cook: com 47 vezes mais malwares, Android é muito mais perigoso que iOS

Durante entrevista nesta quarta (16), o CEO da Apple declarou que o segredo está nas restrições da App Store.
CEO da Apple
Imagem Apple

Embora o iOS não seja um sistema à prova de tudo, a Apple sempre fez questão de lembrar o quanto a plataforma é mais segura do que a concorrência. Em partes, isso acontece devido às políticas extremamente rígidas para a instalação de aplicativos, o que só acontece caso a ferramenta esteja hospedada na App Store. Pois eis que Tim Cook reforçou seu compromisso com essa medida e afirmou que não há planos de alterar esse procedimento.

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O CEO da Apple participou do evento Viva Technology, transmitido nesta quarta-feira (16) pelo canal Brut no YouTube. Cook disse que a App Store é parte fundamental do ecossistema construído em privacidade e segurança, e que liberar o uso de coisas externas a isso colocaria em risco esses dois elementos. O executivo ainda destacou que, por analisar cada aplicativo individualmente, a empresa pode detectar possíveis ameaças antes que elas tivessem a chance de chegar aos usuários.

Cook até fez um comparativo com o Android, que na visão dele é muito mais perigoso para os consumidores justamente por permitir que eles instalem praticamente qualquer coisa em seus aparelhos. “Olhe para os malwares como exemplo. O Android tem 47 vezes mais malwares do que o iOS. Por que isso acontece? Porque nós projetamos o iOS para que exista uma App Store e todos os serviços nela sejam revisados antes de serem disponibilizados na loja. Isso contribui para manter malwares fora do nosso ecossistema”, declarou.

Projetos de lei na Europa miram empresas de tecnologia

As declarações de Tim Cook foram dadas na entrevista após um outro assunto entrar na discussão: os projetos de lei da União Europeia que visam regulamentar grandes empresas de tecnologia. São duas propostas, sendo a Digital Services Act (DSA), mais focada em indústrias, e a Digital Markets Act (DMA), que vai abranger companhias que lidam mais diretamente com os consumidores. É nesse segundo bolo que Apple, assim como Google e Amazon, está inserida.

Uma das principais queixas de Cook é que a DMA permitiria aos usuários de iPhone instalar softwares manualmente, sem que eles passem pelo crivo da App Store. Se de um lado a Apple defende essa imposição para tornar os aparelhos mais seguros, do outro estão milhares de desenvolvedores que alegam o quanto essa medida é abusiva e monopoliza os negócios em benefício da Apple. O caso envolvendo a Epic Games entra nesse cenário.

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Cook se mostrou favorável ao debate sobre o regulamento proposto pela União Europeia. Ele ainda destacou que algumas partes do DSA estão “corretas”, entre elas as regulamentações que puniriam serviços ou ferramentas propagadores de notícias falsas. Em contrapartida, Cook é contra flexibilizar as regras para o uso e download de apps, uma vez que, na visão do executivo, isso abriria precedentes que colocariam em risco a privacidade e segurança dos usuários.

Tanto a DMA quanto a DSA ainda estão sob análise e talvez demorem um tempo para serem aprovadas de fato, já que necessitam da maioria dos votos dos países integrantes da União Europeia e do Parlamento Europeu.

[Brut, CNBC]

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