A Intel anunciou que vai demitir 15% de sua força de trabalho, o equivalente a 15 mil funcionários. Segundo o CEO da empresa norte-americana, Pat Gelsinger, a medida tem como objetivo gerar uma economia de US$ 10 bilhões. E se tornou necessária em razão dos resultados financeiros abaixo do esperado no segundo trimestre deste ano.
O chefão da empresa ainda afirmou que a companhia está enfrentando dificuldades para capitalizar tendências tecnológicas atuais, como a inteligência artificial, por exemplo. Entre 2020 e 2023, a empresa perdeu cerca de US$ 24 bilhões em suas receitas anuais.
Neste mesmo período, a companhia aumentou seu quadro de pessoal em aproximadamente 10%, fugindo da tendência de outras grandes empresas de tecnologia. Para o CEO da companhia, os gastos estão muito altos, enquanto as receitas seguem o caminho contrário.
“Nossos custos estão muito altos, nossas margens estão muito baixas. Precisamos de ações mais enérgicas para lidar com os dois – principalmente devido aos nossos resultados financeiros e perspectivas para o segundo semestre de 2024, que é mais difícil do que o esperado”, afirmou Gelsinger em comunicado interno.
O memorando compartilhado com funcionários ainda menciona um programa interno de demissão voluntária, além de um programa especial de aposentadoria, mas apenas para trabalhadores que cumprirem todos os requisitos estabelecidos pela Intel.
As dificuldades para extrair benefícios do boom de inteligência artificial não são exclusividade da Intel. A AMD, sua principal concorrente, vem investindo fortemente na tecnologia, mas tem enfrentando um cenário bastante complicado e, ao menos por enquanto, não tem perspectivas de quando poderá capitalizar a demanda pela tecnologia.
Projeção não é boa
No caso da Intel, o que preocupa ainda mais internamente são as projeções para o segundo semestre deste ano, que não são nada animadoras e podem forçar a empresa a tomar novas medidas para cortar gastos no futuro.
A gigante dos chips é mais uma empresa que realiza demissões em massa em 2024. Este ano, assim como 2023, os cortes de pessoal na indústria da tecnologia e games se tornaram bastante rotineiros. Só no primeiro semestre empresas como Microsoft, Google, Amazon, Tesla e Apple promoveram demissões em grandes quantidades.
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