Ciência

Tronco de árvore de 3.775 anos pode revolucionar mudanças climáticas

A chave para revolucionar as mudanças climáticas podem ser os fatores ambientais que permitiram a preservação do tronco por mais de 3 mil anos
Imagem: Universidade de Maryland/Divulgação

Um simples tronco de árvore, embora muito velho, pode ser uma das principais ferramentas para revolucionar as estratégias de combate às mudanças climáticas.

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Cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, analisaram um tronco de uma árvore de 3.775 anos e o solo onde ele foi escavado, revelando possível solução para o clima.

Segundo um estudo publicado na última sexta-feira (27/9), o velho tronco de árvore perdeu menos de 5% de dióxido de carbono durante seus 3.775 anos de existência.

Isso ocorreu graças à baixa permeabilidade do solo de barro que cobria o tronco, segundo afirma o estudo. O professor Ning Zeng, co-autor da pesquisa, afirmou que a madeira do tronco está em bom estado, sendo “possível fabricar um ótimo móvel”.

Mas como esse tronco ancião pode revolucionar as mudanças climáticas?

Tronco se preservou por 3.775 anos devido ao solo 

A chave para revolucionar as mudanças climáticas podem ser os fatores ambientais específicos que permitiram que esse tronco de árvore estivesse em perfeito estado por 3.775 anos.

Zeng encontrou o tronco em 2013, quando estava conduzindo um projeto-piloto de enterro de madeiras, em Quebec, no Canadá. Segundo o professor, encontrar o tronco de árvore de 3.775 anos foi como um milagre.

Os ecologistas que estavam com o pesquisador identificaram o tronco como pertencente à árvore zimbro-da-virgínia e o pesquisador relembra exatamente a sensação de euforia.

Apesar das evidências de preservação, o próximo passo era identificar como os cientistas criariam um cofre para a preservação do velho tronco não fugir.

O tronco de 3.775 em perfeito estado de conservação. Imagem: Universidade de Maryland/Divulgação

Pouco tempo depois de Zeng encontrar possível salvação das mudanças climáticas, o ministério da agricultura de Quebec conduziu uma análise de carbono para determinar a idade do tronco.

Em 2021, outro professor da Universidade de Maryland, Liangbing Hu, auxiliou Zeng nas análises das estruturas microscópicas e composição química do tronco de 3.775 anos.

Após comparar os resultados com um zimbro-da-virgínia recente, os cientistas descobriram a pequena perda de carbono do tronco ancião.

Portanto, a solução para enterrar madeiras para salvar o clima é a baixa permeabilidade do solo barroso que permitiu que tronco se preservasse por todo esse período de tempo.

O solo evitou a infiltração de fungos e insetos, bem como desacelerou a entrada de oxigênio no tronco.

Enterrar tronco de árvore pode revolucionar mudanças climáticas, mas a tarefa não é fácil

Solos de barro são comuns, então a técnica de enterrar madeira seria uma opção viável e de baixo custo em muitas partes do mundo.

No entanto, essa solução precisa ser implementada ao lado de outras táticas para reduzir o aquecimento global, sobretudo conter as emissões.

“As pessoas pensam: ‘quem não consegue escavar um buraco e enterrar uma madeira?’. Mas, olhe só, quantos caixões de madeiras já foram enterrados na história da humanidade? E quantos desses caixões sobreviveram? Por isso, precisamos das condições certas para uma escala de tempo de preservação de centenas ou milhares de anos”, afirma Zeng.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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