As TVs 8K estão chegando, mas qual a vantagem delas?
Samsung, LG, Sony, TCL e outras fabricantes anunciaram suas TVs 8K durante a CES 2019. Parece que começamos a falar sobre 4K ontem, mas foi em 2012 que as coisas começaram a surgir no noticiário. E cá estamos, entrando na era do 8K, dos 7680 x 4320 pixels.
O meu pensamento ao acompanhar esses lançamentos foi: “por que eu precisaria de um negócio desses se o conteúdo nem está disponível?”. Fiz exatamente essa pergunta para os representantes das marcas que mencionei acima.
As respostas foram exatamente as mesmas. O primeiro ponto desses caras foi me contar que quando as TVs 4K surgiram, também não havia conteúdo disponível. É verdade.
Acontece que, pelo menos no Brasil, nem o 4K se difundiu amplamente. Tivemos algumas transmissões com essa qualidade (como o carnaval) e só foi na Copa de 2018 que a TV fechada ofereceu essa possibilidade – e com um delay brochante.
Carnaval em 8K no estande da Sony.
Netflix, YouTube, Amazon Prime Video e outros serviços de streaming também oferecem um cardápio de conteúdos 4K, mas é preciso ter uma internet boa o suficiente para aproveitá-lo – pelo menos 25 Mbps de download, algo que pouquíssimas casas brasileiras possuem. O 8K demanda o dobro da velocidade.
O segundo argumento dos representantes foi o chamado “upscalling”. Basicamente, é uma técnica de aumento de resolução das imagens. Diversos televisores 4K possuem essa tecnologia, mas as companhias afirmam que a nova geração de TVs está mais inteligente e com uma capacidade de processamento ainda melhor para fazer esse trabalho.
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A Samsung, por exemplo, aposta em inteligência artificial para oferecer um upscalling mais preciso, além de um processador pomposo. A ideia é que a máquina aprenda como se melhora uma imagem de uma flor, por exemplo. De acordo com o gerente de produto da marca no Brasil, Guilherme Campos, existem quase oito milhões de imagens em diferentes categorias e resoluções na memória desse chip – tudo isso para fazer referências entre os materiais de baixa e alta resolução para completar os pixels de uma maneira precisa.
Essa TV da Samsung tem 98 polegadas!
Todas as companhias afirmam que qualquer tipo de conteúdo passará pelo o upscalling. Desde vídeos em HD até 4K. É claro que, quanto maior a qualidade original do vídeo, mais bonito ele ficará na TV.
Um representante da LG também apresentou outro ponto importante para a chegada das TVs 8K: o tamanho. Segundo ele, conforme as telas ficam maiores, o 4K já não dá mais conta do recado; é possível perceber pixels a partir de telas de 65 polegadas, por exemplo. Esse mesmo argumento foi repetido por um representante da TCL, que disse que a companhia enxerga que haverá mais demanda para telas maiores.
Foi legal ver as TVs 8K na feira e algumas marcas, como TCL, Samsung e LG, prometem trazer alguns desses modelos ainda neste ano para o mercado brasileiro. São imagens belíssimas, com cores vívidas, muita nitidez – ver alguns games rodando nos televisores também foi bacana. Mas esses detalhes extras só são percebidos quando você está muito perto. Eu não sei você, mas eu não fico colado na minha TV enquanto assisto um filme.
Essa da LG é menor, mas ainda gigante: 88 polegadas. Não cabe direito na minha casa.
É claro que elas serão caríssimas no começo, item para poucos. Só que alguém tem que começar, certo? E veja pelo lado bom: a tendência é que as TVs 4K comecem a ficar ainda mais baratas. Pelo menos por enquanto, estou muito mais animado com a possibilidade de televisores mais baratos e com tecnologias que realmente chamam minha atenção, como o HDR.
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O jornalista viajou para Las Vegas a convite da CTA, empresa que organiza a CES.