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Twitter manda carta à Meta ameaçando processo pelo Threads

No documento, Meta é acusada de contratar ex-funcionários do Twitter para roubar propriedade intelectual e desenvolver o Threads

Twitter manda carta à Meta ameaçando processo pelo Threads

Imagem: Meta/Divulgação

Embora a “luta” entre Elon Musk e Mark Zuckerberg ainda não tenha chegado ao MMA, como os dois bilionários estão cogitando, o confronto entre eles pode acabar chegando à Justiça. O Twitter ameaçou processar a Meta — dona do Instagram e do Threads — após o lançamento bombástico do novo app rival.

Na última quarta-feira (5), um advogado que representa o Twitter enviou a Zuckerberg, CEO da Meta, uma carta acusando a empresa de ter contratado ex-funcionários do Twitter para desenvolver o Threads. Segundo o texto, a companhia teria roubado “segredos comerciais” da plataforma mais antiga.

Essa é a “cara” do Threads, novo app da Meta. Imagem: Reprodução/Meta

A carta de Alex Spiro, um advogado de Musk, alegou que a Meta se envolveu em “apropriação indevida sistemática, intencional e ilegal dos segredos comerciais do Twitter e outras propriedades intelectuais”.

O texto acrescenta que informações foram usadas pelos ex-colaboradores para “acelerar o desenvolvimento do aplicativo concorrente, violando as leis estaduais e federais, bem como as obrigações contínuas desses funcionários com o Twitter”, diz a carta.

O site Semafor obteve acesso à carta e vazou o material, que já está circulando amplamente na web. A CNN confirmou a autenticidade do documento.

“O Twitter pretende fazer cumprir rigorosamente seus direitos de propriedade intelectual”, continua Spiro, “e exige que a Meta tome medidas imediatas para parar de usar quaisquer segredos comerciais do Twitter ou outras informações altamente confidenciais”.

Imagem: Elon Musk/Reprodução

Musk fez uma publicação no Twitter em coro às acusações da carta. “A concorrência é boa, a trapaça não”, escreveu o bilionário. Contudo, o tweet foi deletado.

Por outro lado, o porta-voz da Meta, Andy Stone, rejeitou categoricamente a carta e negou as acusações. “Ninguém na equipe de engenharia do Threads é ex-funcionário do Twitter – isso simplesmente não existe”, disse ele no Threads e em entrevistas a veículos de comunicação.

Rinha de redes sociais?

Nesta quinta-feira (6), Zuckerberg fez sua primeira publicação no Twitter depois de 11 anos. O conhecido meme do homem-aranha ironiza as semelhanças entre as duas redes sociais.

Além disso, a nova CEO do Twitter, Linda Yaccarino, deu uma boa cutucada no Threads após o lançamento, exaltando a rede social do pássaro. “No Twitter, a voz de todos é importante. Esteja você aqui para assistir ao desenrolar da história, descobrir informações em TEMPO REAL em todo o mundo, compartilhar suas opiniões ou aprender sobre outras pessoas — no Twitter, VOCÊ pode ser real”, disse Yaccarino.

Desde que Elon Musk adquiriu o Twitter por US$ 44 bilhões, a rede social foi desafiada por um número crescente de plataformas menores. Isso inclui, por exemplo, plataformas como Koo, Mastodon e Bluesky, alternativas consideradas menos “tóxicas”. Isso porque Musk tem tomado decisões controversas, como a recente limitação de leitura de tweets por dia.

Porém, ao contrário de outros concorrentes do Twitter, o Threads teve adesão muito rápida e ampla, representando uma ameaça real. Segundo Zuckerberg, no dia em que foi lançado, o app já tinha 30 milhões de usuários. Na tarde desta quinta-feira (7), o Threads era o aplicativo gratuito número um na loja da Apple.

Mas a ameaça pode não levar necessariamente a uma ação judicial, de fato, mas pode ser parte de uma estratégia para desacelerar a Meta, segundo explicou à CNN o pesquisador Carl Tobias. O professor de direito da Universidade de Richmond (EUA) disse que “pode haver algum valor em complicar a vida da Meta”.

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