A ministra alemã Theresia Bauer declarou que o fóssil do dinossauro cearense Ubirajara jubatus será repatriado ao Brasil. A confirmação foi publicada nesta terça-feira (19) pelo Ministério da Ciência, Pesquisa e Arte de Baden-Württemberg.
As discussões a cerca do Ubirajara começaram em dezembro de 2020, quando a espécie foi descrita no periódico científico Cretaceous Research. Paleontólogos brasileiros estranharam a publicação, já que não havia o envolvimento de instituições nacionais no estudo, o que é obrigatório.
O documento dizia que o fóssil havia sido encontrado em 1995, mas as afirmações eram bastante vagas. Diante desse cenário, o time de brasileiros começou a suspeitar que o Ubirajara poderia ter sido retirado do país de maneira ilegal.
O Museu Estadual de História Natural Karlsruhe (SMNK), onde o dinossauro estava “morando” na Alemanha, tentou resolver a situação dizendo que o fóssil havia sido comprado de uma empresa privada. Essa versão nunca foi confirmada.
De acordo com o jornal Badische Neueste Nachrichten, o museu alemão já admitiu ter feito declarações falsas na publicação científica e também ao Ministério da Ciência. Agora, autoridades devem verificar se há outros objetos nas coleções da instituição que tenham sido adquiridos em circunstâncias desconhecidas.
“Temos uma postura clara que se expressa em ações consistentes: se houver objetos em nossas coleções de museus que foram adquiridos sob condições ilegais ou eticamente inaceitáveis, uma devolução será considerada”, declarou Bauer.
A embaixada alemã sugere que o Ubirajara seja devolvido para o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. No entanto, paleontólogos defendem que o fóssil seja guardado no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Urca), já que o dinossauro foi escavado na região. Ainda não foram divulgadas datas para a repatriação.