Nas últimas semanas, o mundo tem acompanhado com apreensão a crise na Ucrânia, que pode estar à beira de um conflito armado com a Rússia.
Segundo os Estados Unidos, os russos podem invadir o país a qualquer momento, mesmo que o presidente Vladimir Putin tenha afirmado não querer uma guerra.
Por mais que exista uma forte tensão internacional, as autoridades ucranianas têm tentado acalmar a população local, dizendo que, embora a ameaça seja real, a invasão russa não é iminente.
Essa “calma” ucraniana pode ser acompanhada pela internet, por meio de várias webcams que transmitem imagens ao vivo de várias localidades do país.
Ucrânia em tempo real
O Geocam.ru é um site que reúne uma lista com mais de 2 mil webcams conectadas à internet de dezenas de países ao redor do mundo, inclusive do Brasil.
No caso da Ucrânia, são 63 câmeras disponíveis de diversas regiões do país. Entretanto, no momento do fechamento desta matéria, apenas 26 estavam online.
Entre elas, é possível ver, por exemplo, imagens em tempo real do belo prédio da Opera House (vídeo abaixo), em Odessa, uma cidade costeira ucraniana que fica às margens do Mar Negro.
https://www.youtube.com/watch?v=PWKjaA-wNho
Na lista também é possível ver webcams do Mosteiro da Trindade de São Jonas, em Kiev (capital da Ucrânia), de uma praia em Chergnigov, e até de uma rádio local.
A crise na Ucrânia
A atual crise entre Ucrânia e Rússia é uma das mais graves das últimas duas décadas e envolve questões geopolíticas de ordem global.
No passado, antes de se tornar um estado independente, a Ucrânia fazia parte da extinta União Soviética.
Apesar do passado comum, nos últimos anos, o governo ucraniano tem se mostrado mais favorável ao Ocidente, defendendo a entrada do país na União Europeia, enquanto uma parcela da população quer um maior alinhamento com Moscou.
A Rússia é radicalmente contra a entrada da Ucrânia no bloco europeu de países, pois isso significaria o avanço militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) até as fronteiras russas. Isso minaria a esfera de influência de Moscou na região, reduzindo o seu status de “potência” mundial.
No meio dessa tensão, estão as autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, um movimento separatista localizado em uma região próxima à Rússia, onde ocorre há anos um conflito entre forças do governo ucraniano e daqueles apoiados por Moscou.
Em 2015, um acordo de paz reduziu significativamente os confrontos na região –que já tiraram a vida de mais de 15 mil pessoas. Inclusive, o fatídico acidente do avião da Malaysia Airlines, derrubado por um míssil russo-– está relacionado a este conflito.
Porém, no final do ano passado, Putin percebeu uma oportunidade política para concentrar mais de cem mil soldados na fronteira da Ucrânia, o que ligou o alerta vermelho em Kiev, em Washington e na Europa, sobre uma possível invasão do país em larga escala.