A Guerra na Ucrânia tem sido longa e sem expectativas de que seja resolvida em curto prazo. Apesar das ameaças russas de um temido ataque nuclear, o conflito tem se intensificado no campo aéreo, principalmente por meio do uso de drones.
Nesta segunda-feira (17), a capital Kiev amanheceu sob o bombardeio de drones do tipo kamikaze, inclusive, atingindo um edifício residencial. Por outro lado, mais ao sul do país invadido, os ucranianos afirmam ter conseguido interceptar e destruir pelo menos 20 drones russos.
Conforme apontou o UOL, os drones têm sido cruciais nesta guerra, pois são mais baratos que os mísseis, sendo amplamente usados pelos dois lados da guerra. Enquanto a Ucrânia recebe drones de países ocidentais — como EUA e Turquia –, russos usam equipamentos próprios, além dos fabricados pelos iranianos.
Confira alguns dos drones usados no conflito na Ucrânia.
Shahed-136
Drones iranianos têm sido usados pela Rússia como bombas voadoras, atingindo alvos na Ucrânia. Imagem: Wikimedia Commons/Divulgação
Conhecidos como “drones kamikazes”, é um tipo de bomba que pode voar sobre um determinado alvo até que seja instruído a atacar. Tem um formato de asa delta, tem 2,5 metros de envergadura e leva uma ogiva que detona no momento do impacto.
É fabricado pelo Irã e fornecido à Rússia, custando 20 mil dólares cada (cerca de R$ 106 mil). Além de relativamente baratos, esses drones são mais difíceis de combater, pois voam baixo e podem ser enviados em ondas de ataques.
Não está claro quantos drones kamikazes a Rússia adquiriu do Irã, mas os EUA alegam que os iranianos planejam enviar centenas para os russos. Segundo a BBC, o Irã nega essa informação.
Bayraktar TB2
Com fabricação turca, o Bayraktar TB2 tem sido uma das estrelas do arsenal ucraniano. Imagem: Wikimedia Commons/Divulgação
No lado ucraniano, o principal drone militar usado é o Bayraktar TB2, fabricado na Turquia. Ele tem o tamanho de um pequeno avião – com 12 metros de envergadura – possui sistema de câmeras a bordo e pode ser armado com bombas guiadas a laser.
Esse tipo de aeronave se mostrou eficaz ao localizar alvos inimigos e direcionar o fogo de artilharia na direção deles. O Bayraktar foi usado para atacar depósitos de munição e teve um papel importante no naufrágio do navio de guerra russo Moskva.
A desvantagem do modelo é que ele é mais caro para ser substituído, custando cerca de US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões).
Além do Bayraktar TB2, a Ucrânia também está recebendo drones Phoenix Ghost, dos EUA, que são essencialmente munições que voam para atacar veículos e tropas.
DJI Mavic 3
Na guerra, vale até usar drones comerciais encontrados em loja. Imagem: DJI/Divulgação
Na prática, ambos lados estão tentando economizar nesta guerra, o que inclui o uso de drones comerciais pequenos, como o fabricado pela DJI – que custa cerca de £ 1.700 (R$ 10 mil).
Apesar de voarem por menos tempo (cerca de 46 minutos) e cobrir distâncias mais curtas (de até 30 km), o DJI Mavic 3 está sendo usado para localizar tropas inimigas e direcionais ataques, principalmente pela Ucrânia.
Além disso, as tropas ucranianas têm amarrado pequenas bombas neles, para que eles sejam utilizados como uma espécie de drones kamikaze caseiros. Acredita-se que esse tipo de arma de baixo custo tenha sido usada em ataques recentes a uma base militar russa no oeste da Crimeia, além de uma base aérea e navios no porto de Sebastopol.
Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.
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