A UE (União Europeia) começou uma investigação para averiguar possíveis irregularidades na compra da produtora de games Activision Blizzard pela Microsoft.
No anúncio, lançado no final da tarde de terça-feira (8), a Comissão Europeia alertou que a big tech poderia impedir o acesso de outras marcas aos jogos da Activision, como “Call of Duty”, “Diablo”, “World of Warcraft” e “Overwatch”.
A Microsoft, que vende os consoles Xbox, anunciou seu plano de comprar a Activision Blizzard em janeiro, por US$ 68,7 milhões – mais de R$ 355 milhões no câmbio atual.
Além da UE, a Comissão Federal de Comércio dos EUA e a Autoridade de Concorrência do Reino Unido não decidiram sobre a transação. Os únicos reguladores a dar luz verde para a transação foram os do Brasil e Arábia Saudita.
Segundo a Comissão Europeia, uma investigação preliminar apontou que o acordo entre a Microsoft e Activision reduziria a concorrência nos mercados de games e consoles. Além disso, existem possíveis problemas em torno do mercado de PCs. “A fusão pode desencorajar os usuários [de comprar] PCs não Windows”, diz o comunicado.
Agora, a Comissão Europeia tem até 23 de março para decidir sobre o acordo.
Alerta da concorrência
Em setembro, a Sony – uma das principais concorrentes da Microsoft na indústria de games – emitiu um alerta aos reguladores britânicos. Segundo a empresa, a fusão poderia dar vantagens “sem precedentes” à companhia norte-americana.
A Microsoft, por sua vez, disse que não restringiria o acesso aos jogos Call of Duty e que criaria uma estratégia semelhante à que seguiu com “Minecraft” após comprar a Mojang, em 2014.
“Continuamos a trabalhar com a Comissão Europeia nos próximos passos para abordar quaisquer preocupações válidas do mercado”, disse um porta-voz da Microsoft ao jornal Washington Post.
“A Sony, como líder da indústria, diz que está preocupada com Call of Duty”, disse o porta-voz. “Mas dissemos que estamos comprometidos em disponibilizar o mesmo jogo no mesmo dia no Xbox e PlayStation. Queremos que as pessoas tenham mais acesso aos jogos, não menos”.