Um personagem maluco controlado por dois jogadores é a nova aposta de Heroes of the Storm
por Daniel Junqueira
Com um pouco de atraso em relação a concorrentes, a Blizzard lançou oficialmente seu MOBA só em junho deste ano, enquanto jogos como Dota 2 (Valve) e League of Legends (Riot) estão na ativa já há alguns anos. Durante a Blizzcon 2015, a empresa anunciou algumas novidades para Heroes of the Storm, entre um novo modo rápido e um personagem duplo bem bizarro.
Conversamos com Kent-Erik Hagman, game designer de Heroes of the Storm, para conhecer um pouco mais dessas novidades. O modo Arena, que ainda não tem previsão de lançamento, coloca os jogadores em partidas curtas com regras aleatórias, enquanto Cho’gall aposta na ideia de que duas cabeças pensam melhor do que uma (será?).
Partidas rápidas e casuais no modo Arena
“Vamos dizer que você entrou e tem uns dez minutos para jogar. Você entra no modo arena, e é esse o tipo de experiência que queremos oferecer”, explicou Hagman. No modo Arena você escolherá entre os mapas disponíveis no jogo, e cada mapa terá um objetivo. Os personagens vão aparecer na tela bem próximos uns aos outros e já no level 10. Cabe aos integrantes dos times decidir se vale mais a pena ir atrás do objetivo ou se o melhor é sair simplesmente matando os adversários.
As partidas devem durar entre um e três minutos, divididas em três rounds. Em cada um desses rounds os jogadores usam um herói diferente – e haverá ainda uma pequena possibilidade de que todos entrem com o mesmo herói. Isso, Hagman diz, será uma loucura. Ele citou como exemplo a heroína Nova, que tem como principal habilidade a furtividade. Ela pode ficar invisível no mapa, o que significa que todas as Novas no mapa poderão ficar invisíveis. “Todo mundo está quieto, daí uma pessoa atira e revela a localização de todos os outros.” A partir daí, vira uma festa, com todos atirando para todos os lados tentando acertar alguém.
Mas não será comum as partidas com todos iguais. Hagman diz que ainda não está definido quantas vezes isso vai acontecer, mas deve ser algo entre 3% ou 4% das partidas. Como o modo Arena ainda não tem data de lançamento, a Blizzard tem tempo para definir os últimos detalhes.
Cho’gall: dois em um
Cho’gall é uma das coisas mais malucas que vejo em um bom tempo. Ele é um personagem duplo: precisa de dois jogadores simultaneamente. Um deles controla Cho (responsável pelo movimento do herói), enquanto o outro é responsável por Gall, que é quem mais ataca.
Com ele, ou os dois jogadores se entendem muito bem ou nada vai funcionar direito. Se você acha que Heroes of the Storm só dá certo com um bom trabalho em equipe, Cho’gall leva isso a outro nível. “Queríamos dois heróis feitos um para o outro”, disse Hagman.
Cho e Gall tem suas próprias habilidades e talentos, que foram criados para que um ajude o outro. Cho pode soltar uma bomba, mas cabe a Gall ativá-la para que seja detonada, por exemplo.
Esse herói duplo pode ser bom para jogadores iniciantes – entre em uma partida com um colega seu que entende um pouco mais do jogo e, com ajuda dele, aprenda aos poucos como funciona o mundo de Heroes of the Storm. Acessibilidade nesse tipo de jogo é bem importante. Quem não entende um MOBA provavelmente fica perdido ao ver uma partida.
O futuro de Heroes of the Storm
“Estamos tentando atender aos pedidos dos jogadores ao mesmo tempo que criamos mais conteúdo”, explicou Hagman, deixando claro que a Blizzard ao mesmo tempo presta atenção ao que seus fãs dizem, mas não deixa apenas a vontade deles guiar o futuro do seu MOBA.
“A chave para nós não é simplesmente ouvir o que os jogadores dizem que querem, e sim tentar descobrir do que eles precisam. Às vezes eles dizem que querem uma coisa, mas o que eles realmente precisam é de outra que faça um problema ir embora”, conta.
Por isso, a Blizzard tem duas equipes focadas em Heroes of the Storm: uma ouve o feedback da comunidade de jogadores, enquanto a outra se concentra em criar novo conteúdo. “Não paramos de desenvolver conteúdo e não vamos parar de desenvolver novos heróis. Quero criar heróis até que não dê para sair nada de novo do meu cérebro”, brincou o designer.
Como a Blizzard quer acima de tudo fortalecer seu MOBA (e a sua marca como um todo) no mundo dos e-Sports, é fundamental que novas coisas sejam constantemente adicionadas para que os jogadores não percam interesse no jogo – e, ao mesmo tempo, é fundamental ouvir o que a comunidade tem a dizer. Afinal, Heroes of the Storm não é nada sem os jogadores.
O Gizmodo Brasil viajou para Anaheim, EUA, a convite da Blizzard