Universidade dos EUA cria IA com voz para tratar depressão e ansiedade

O uso do assistente de voz Lumen resultou em mudanças na atividade cerebral dos pacientes, melhorando sintomas de depressão e ansiedade
Depressão
Imagem: Nik Shuliahin/Unsplash/Reprodução

Depois da IA da USP, que diagnostica transtornos mentais, um novo estudo desenvolve o uso do recurso para tratar questões mentais. Pesquisadores da Universidade de Illinois, em Chicago, EUA, descobriram como usar, pela primeira vez, um treinador virtual baseado em voz de IA, o Lumen, para terapia comportamental.

O uso do assistente de voz, que funciona de forma semelhante à psicoterapia, refletiu em mudanças na atividade cerebral dos pacientes, bem como uma melhora em sintomas de depressão e ansiedade. Os resultados foram publicados na revista Translational Psychiatry.

De acordo com os profissionais, a pesquisa evidencia o papel da terapia virtual em democratizar o acesso a tratamentos de saúde mental. Ele ressalta que o objetivo não é substituir profissionais humanos.

“Esse tipo de tecnologia pode servir como uma ponte. Não se destina a substituir a terapia tradicional, mas pode ser um importante paliativo antes que alguém possa procurar tratamento”, disse o professor de psiquiatria da UIC e co-autor do estudo Dr. Olusola A. Ajilore, destacando o crescimento das taxas de ansiedade e depressão após a pandemia de Covid-19.

O Lumen foi baseado na plataforma Alexa, da Amazon, pelos autores Ajilore e Dr.  Jun Ma, professor de medicina da UIC. Também colaboraram estudiosos da Washington University e da Pennsylvania State University. O projeto recebeu um investimento de US$ 2 milhões do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA.

Como foi desenvolvido o Lumen?

O estudo clínico do Lumen contou com mais de 60 pacientes, testando o efeito do aplicativo na depressão (leve a moderada) e em sintomas de ansiedade. O desenvolvimento também explorou a atividade em áreas do cérebro associadas aos benefícios da terapia de resolução de problemas.

O estudo forneceu um iPad para dois terços dos participantes. Eles o utilizaram para oito sessões de terapia, enquanto o restante permaneceu em uma “lista de espera”.  Após a intervenção, os pacientes que utilizaram o aplicativo Lumen reduziram as pontuações de depressão, ansiedade e sofrimento psicológico em comparação com o grupo de controle.

Além disso, o primeiro grupo ainda apresentou melhorias nas habilidades de resolução de problemas, relacionadas ao aumento da atividade no córtex pré-frontal dorsolateral. Essa área do cérebro se associa ao controle cognitivo.

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Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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