Depois da IA da USP, que diagnostica transtornos mentais, um novo estudo desenvolve o uso do recurso para tratar questões mentais. Pesquisadores da Universidade de Illinois, em Chicago, EUA, descobriram como usar, pela primeira vez, um treinador virtual baseado em voz de IA, o Lumen, para terapia comportamental.
O uso do assistente de voz, que funciona de forma semelhante à psicoterapia, refletiu em mudanças na atividade cerebral dos pacientes, bem como uma melhora em sintomas de depressão e ansiedade. Os resultados foram publicados na revista Translational Psychiatry.
De acordo com os profissionais, a pesquisa evidencia o papel da terapia virtual em democratizar o acesso a tratamentos de saúde mental. Ele ressalta que o objetivo não é substituir profissionais humanos.
“Esse tipo de tecnologia pode servir como uma ponte. Não se destina a substituir a terapia tradicional, mas pode ser um importante paliativo antes que alguém possa procurar tratamento”, disse o professor de psiquiatria da UIC e co-autor do estudo Dr. Olusola A. Ajilore, destacando o crescimento das taxas de ansiedade e depressão após a pandemia de Covid-19.
O Lumen foi baseado na plataforma Alexa, da Amazon, pelos autores Ajilore e Dr. Jun Ma, professor de medicina da UIC. Também colaboraram estudiosos da Washington University e da Pennsylvania State University. O projeto recebeu um investimento de US$ 2 milhões do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA.
Como foi desenvolvido o Lumen?
O estudo clínico do Lumen contou com mais de 60 pacientes, testando o efeito do aplicativo na depressão (leve a moderada) e em sintomas de ansiedade. O desenvolvimento também explorou a atividade em áreas do cérebro associadas aos benefícios da terapia de resolução de problemas.
O estudo forneceu um iPad para dois terços dos participantes. Eles o utilizaram para oito sessões de terapia, enquanto o restante permaneceu em uma “lista de espera”. Após a intervenção, os pacientes que utilizaram o aplicativo Lumen reduziram as pontuações de depressão, ansiedade e sofrimento psicológico em comparação com o grupo de controle.
Além disso, o primeiro grupo ainda apresentou melhorias nas habilidades de resolução de problemas, relacionadas ao aumento da atividade no córtex pré-frontal dorsolateral. Essa área do cérebro se associa ao controle cognitivo.
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