Universidade mostra 1ª casa do mundo impressa em 3D com base biológica
Pesquisadores da Universidade de Maine, dos EUA, criaram um protótipo que tem tudo para revolucionar o mercado habitacional: uma casa impressa em 3D apenas com materiais biológicos, como fibras de madeira e bio-resina.
O protótipo, batizado de “BioHome3D”, foi lançado na segunda-feira (21) e chega a 183 metros quadrados. Tudo, incluindo pisos, paredes e teto, veio da impressão em 3D.
Com quatro módulos, a casa foi montada em menos de 12 horas. Em duas horas, um único eletricista instalou toda a fiação elétrica e ligou a energia. Além disso, a casa é totalmente reciclável e altamente isolada.
“Ao contrário das tecnologias existentes, todo o BioHome3D foi impresso, incluindo pisos, paredes e telhado”, disse Habib Dagher, coordenador do ASCC (Centro Avançado de Estruturas e Compósitos, na sigla em inglês). “Os biomateriais são 100% recicláveis, para que nossos bisnetos possam reutilizar seus componentes no futuro”.
Por causa disso, o processo de construção polui menos. Todos os resíduos da construção foram quase que totalmente eliminados por causa da precisão da impressão.
O projeto quer resolver a escassez de mão de obra e problemas na cadeia de suprimentos que geram custos altos e restringem a oferta de moradias populares nos EUA. Mas também pode servir como saída para outros países, uma vez que a fibra de madeira é abundante e renovável.
Fora do papel
Os líderes do projeto dizem que a fabricação pode ser personalizada para atender ao espaço, eficiência energética e as necessidades de seus moradores. Ainda assim, a casa em 3D ainda não está à venda. Agora, sensores monitoram como ficará a temperatura ambiental e estrutural do protótipo durante o inverno dos EUA.
Em 2019, os pesquisadores do ASCC lançaram o protótipo do maior barco impresso 3D do mundo. À época, a embarcação foi feita na maior impressora 3D de polímero do mundo.
Por isso, o grupo conseguiu investimentos do governo norte-americano. As empresas parceiras do projeto conseguiram US$ 50,5 milhões para continuar a pesquisa e, um dia, implantar a casa impressa em 3D a moradores de baixa renda do estado de Maine. Outros US$ 40 milhões estão previstos de um fundo do Congresso dos EUA.