Ciência

Usar (um pouco) o celular faz bem para os adolescentes, revela pesquisa

Cientistas descobriram que pessoas entre 13 e 18 anos que usavam o telefone menos de duas horas por dia tinham menor risco de depressão
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Pais costumam condenar o uso do celular por seus filhos adolescentes. Mas uma nova pesquisa revela que usar o smartphone algumas horas por dia pode diminuir o risco de problemas de saúde mental.

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A afirmação é de uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Hanyang, na Coreia, e publicada nesta semana na revista científica Plos One.

Eles descobriram que pessoas entre 13 e 18 anos que usavam o telefone menos de duas horas por dia tinham menor risco de depressão, problemas de sono, estresse, pensamentos suicidas e dependência de álcool do que seus colegas que não usaram nada.

Duas horas é o ideal

Mas é preciso ter moderação: mais de quatro horas de telefone foram associadas a um risco de até 22% desses problemas de saúde. Assim, os adolescentes que não interrompem o uso excessivo do telefone terem problemas idade adulta, indica a pesquisa.

“Uma a duas horas de uso protegeu contra tentativas de suicídio… A partir de nossos resultados, usar smartphones por menos de duas horas por dia parece até benéfico para resultados de saúde mental em comparação com o não uso”, disseram os pesquisadores no artigo.

Eles analisaram dados de 2017 e 2020 de 50 mil adolescentes da Pesquisa sobre Comportamentos de Risco para Jovens da Coreia, que contém 103 perguntas sobre saúde física e mental.

Ao menos 237 notificações por dia no celular

Outra pesquisa, esta divulgada pela Common Sense Media, mostra o peso dos celulares na vida dos jovens. Segundo o levantamento, os jovens recebem, no mínimo, mais de 230 notificações todos os dias no smartphone.

Os alertas estão quase sempre relacionados às redes sociais e avisam o dono do telefone sobre a atualização de algum amigo. Assim, os aplicativos de mensagens, fotos e vídeos seguem dia e noite apitando e acendendo a luz do aparelho e chamando a atenção dos usuários.

“Em resumo, eles são constantemente forçados a responder socialmente no Snapchat ou TikTok ou em qualquer lugar a seus amigos”, disse Jim Steyer, envolvido na pesquisa. Assim, este é um fator dominante em todas as suas vidas pessoais.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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