Uso de telas gera atraso no desenvolvimento de bebês, revela estudo

Pesquisa discute a relação entre o uso excessivo de tecnologia e o atraso no desenvolvimento na primeira infância
O que acontece no nosso cérebro quando estamos aprendendo
Imagem: Compare Fibre/Unsplash/Reprodução

O uso de telas por mais de 4h por dia pode causar atrasos no desenvolvimento de habilidades de comunicação e resolução de problemas em crianças de 1 ano, aponta um novo estudo feito por cientistas do Japão.

A pesquisa, publicada nesta semana no The Journal of the American Medical Association Pediatrics, discute o uso excessivo de tecnologia na primeira infância.

A pesquisa indicou que crianças de 1 ano que tiveram maior exposição ao tempo de tela do que seus colegas apresentaram atrasos no desenvolvimento de habilidades motoras finas, pessoais e sociais. A boa notícia é que esses atrasos costumam se dissipar aos 4 anos de idade.

Nada substitui o contato humano

A interação entre pais e filhos é crucial para dar aos bebês um rico conjunto de informações, explicou ao jornal NY Times David J. Lewkowicz, psicólogo do desenvolvimento do Yale Child Study Center.

Essas informações são importantes, explica David, para o desenvolvimento da criança. O contato com os pais ajuda a criança a entender sobre como expressões faciais, palavras, tom de voz e o feedback físico transmitem linguagem e significado.

“Isso não acontece quando você está olhando para a tela”, disse ele, acrescentando que não ficou surpreso com os resultados da pesquisa.

Entenda a pesquisa

Para alcançar os resultados, os pesquisadores administraram questionários sobre o desenvolvimento infantil e o tempo de exposição às tela. Perguntas foram direcionadas a quase 8 mil pais crianças pequenas.

De maneira geral, a pesquisa revelou que os bebês expostos a níveis mais elevados de tempo de tela tendem a ser filhos de mães mais jovens. Na maioria das vezes, são mães de primeira viagem, pertencentes a famílias com menor renda e nível educacional, e que também enfrentam a depressão pós-parto.

Cerca de 4%  foram expostos às telas por 4 horas ou mais por dia. Enquanto 18% dos filhos dos entrevistados tiveram pelo menos 2 horas de exposição diária.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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