Ciência

USP cria tecnologia para reduzir tempo de descoberta de antibióticos

Expectativa é que a tecnologia reduza o tempo de descoberta de um antibiótico ao analisar um maior número de amostras
Imagem: Christine Sandu/Unsplash/Reprodução

O uso constante de antibióticos pode fazer com que bactérias se tornem mais resistentes aos remédios que existem no mercado. Para tentar tornar a descoberta de novos remédios mais eficiente, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um sistema para identificação desses fármacos.

O chamado Sistema de Expressão para Identificação de Moléculas com Atividade Antimicrobiana usa biosensores para identificar quando um remédio funciona ou não.

“Denvolvemos um método utilizando biosensores que determina a identificação simultânea de inibição de crescimento e o mecanismo de ação, como dano ao DNA, dano a membrana ou parede celular, assim como a inibição de síntese proteica“, explicou em um comunicado da USP Estela Ynés Valencia Morante, do Instituto de Ciências Biomédicas, uma das pesquisadoras da patente.

Segundo Ynés, a expectativa é que a tecnologia reduza o tempo de descoberta de um antibiótico ao analisar um maior número de amostras. “Pretendemos miniaturizar a tecnologia para a identificação microbiana em larga escala”, pontua Ynés.

Entenda como funciona da tecnologia da USP

Por meio da análise genômica de alguns fungos e bactérias, foram descobertos agrupamentos gênicos para a biossíntese de antibióticos — ou seja, que podem ser suscetíveis à ação combativa do antibiótico. Isso amplia as possibilidades de criação de novos compostos antimicrobianos.

“A tecnologia é um ensaio funcional que utiliza uma estratégia química-genética para identificar moléculas antimicrobianas por inibição do crescimento e, simultaneamente, determinar seu alvo molecular de ação, como dano ao DNA, inibição de ribossomos ou dano à membrana/parede celular”, explica Felipe Chambergo Alcalde, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, também pesquisador da patente.

Alcalde ainda esclarece que biossensores bacterianos funcionam como uma ferramenta que fornece dados rápidos, de simples implementação e baixo custo. Isso serve sobretudo contra cepas de bactérias como Escherichia coli, responsável por infecções intestinais, e Staphylococcus aureus, de infecções respiratória. Além de Pseudomonas aeruginosa, causa comum de pneumonia, e Mycobacterium tuberculosis, da tuberculose.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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