Autoridades suspenderam a produção da vacina recombinante da AstraZeneca no Brasil. Dados da farmacêutica indicam que o imunizante ajudou a salvar cerca de 6 milhões de vidas em seu primeiro ano de vacinação, de dezembro de 2021 a dezembro de 2022.
No entanto, o Ministério da Saúde passou a recomendar no final do ano passado a não aplicação da vacina como reforço a partir da terceira dose em pessoas com menos de 40 anos. Isso porque o imunizante poderia gerar um risco aumentado de trombose.
Foram registrados 40 casos prováveis e confirmados de Síndrome de Trombose com Trombocitopenia distribuídos por dose de vacina para Covid-19 entre janeiro de 2021 e 17 de setembro de 2022. Desses, 34 foram atribuídos à vacina da AstraZeneca, produzida até então no Brasil pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Estudos anteriores já haviam associado o imunizante a formação de goáculos em alguns pacientes. Na época, o uso da vacina foi descontinuado em pacientes com menos de 30 anos em alguns países europeus.
Por outro lado, a situação epidemiológica do Brasil tornava os benefícios da vacina maiores do que seus efeitos colaterais. Isso justificou sua indicação dentro de um cenário de crise.
De toda forma, não é preciso alarde. Os efeitos colaterais costumam aparecer nos primeiros 14 dias após a aplicação da vacina. Ou seja, aqueles que tomaram o imunizante da AstraZeneca no início da campanha e não apresentaram problemas não precisam se preocupar com eventos adversos tardios.
A campanha atual de vacinação contra a Covid-19 está oferecendo à população doses de reforço do imunizante bivalente da Pfizer. Esse protege não apenas contra a cepa original do coronavírus, mas também combate as subvariantes ômicron.