Para tentar conter a alta de casos da dengue, 521 municípios de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal, foram selecionados para iniciar a imunização contra a doença este ano. A vacina usada será a Qdenga, da japonesa Takeda Pharma.
De acordo com o Ministério da Saúde, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos — faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue — compõem o público-alvo da imunização.
Mas muitos estão se perguntando sobre a segurança da vacina. Para tirar as dúvidas, o Giz Brasil preparou um guia com tudo que você precisa saber sobre a vacina contra a dengue.
Que laboratório produz a vacina contra a dengue?
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. Nessa primeira fase, o Brasil está usando a vacina Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda Pharma.
O SUS (Sistema Único de Saúde) incorporou a vacina em dezembro do ano passado, após análise da Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS).
A Qdenga deve ser administrada em um esquema de duas doses, com intervalo de 3 meses, sendo cada dose de 0,5 mL. Além disso, não há necessidade de reforço ao longo da vida.
Também existe um imunizante que está sendo produzido pelo Instituto Butantan. A vacina brasileira está na fase 3 do ensaio clínico, mostrando-se seguro e com eficácia de 79,6%. O The New England Journal of Medicine publicou os primeiros resultados.
Contudo, essa vacina ainda precisa ter seus resultados encaminhados à Anvisa, no segundo semestre de 2024. Somente aí que a agência dará início ao processo de solicitação do registro definitivo. Logo depois, ela poderá ser disponibilizada para a população.
A vacina para a dengue é segura?
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a vacina japonesa em março de 2023. O imunizante Qdenga é indicado para a prevenção da dengue causada por qualquer um dos quatro sorotipos do vírus.
A aprovação do órgão baseia-se nos resultados de 19 estudos de Fases 1, 2 e 3 com mais de 28 mil crianças e adultos. Ele incluiu quatro anos e meio de seguimento de dados clínicos em um estudo de Fase 3 global, denominado Tides (Estudo de Eficácia da Imunização Tetravalente contra a Dengue).
Assim, análises exploratórias do Tides mostraram que ao longo do seguimento de quatro anos e meio, a vacina 3 evitou 84% dos casos de hospitalização de dengue. Além disso, também evitou 61% dos casos de dengue sintomática na população total do estudo, que incluiu tanto indivíduos soropositivos como soronegativos.
Por isso, é possível dizer que a vacina para a dengue é segura e passou pelas fases de estudo que garantem a sua eficácia e segurança.
Quais os efeitos colaterais da Qdenga?
Os eventos adversos mais comuns são sensibilidade no local da injeção (dor, vermelhidão e inchaço), fadiga, mialgia e mal-estar, febre, calafrios e perda ou diminuição da força física. Também pode ocorrer perda de apetite, irritabilidade e dor de cabeça.
Contraindicações da vacina contra a dengue
A fabricante não recomenda a vacina para pacientes com alguma condição de imunossupressão, gestantes e mulheres que estejam amamentando. Além disso, pessoas com alergia a componentes ou doses anteriores da vacina ou a seus componentes.
Além disso, pacientes que estiverem com febre no dia da aplicação, devem aguardar até a completa recuperação.