Suspeitas sobre efeitos negativos das vacinas da Covid-19 são comuns, principalmente em relação a doenças cardiovasculares. Mas agora, um estudo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, traz boas notícias.
De acordo com o estudo, publicado na segunda-feira (30), o risco de doenças cardiovasculares severas em vacinados contra Covid-19 é significativamente menor no período pós-infecção do vírus.
Embora alguns impactos cardiovasculares menores ocorram em alguns vacinados, o estudo indica que tais casos envolvem doses individuais.
Metodologia
Com abrangência nacional, o estudo investigou a relação entre a vacinação contra Covid-19 e o risco de diversas doenças cardiovasculares em mais de 8 milhões de adultos.
Esse número corresponde por todos os adultos que residiram na Suécia desde 2018 e ainda residiam em dezembro de 2020. O período do estudo foi entre 27 de dezembro de 2020 a 31 de dezembro de 2022 para definir o nível de exposição com base nas campanhas de vacinação que ocorreram entre essas datas.
Os pesquisadores, do Instituto de Medicina da Universidade de Gotemburgo, avaliaram o risco de vacinados terem doenças cardiovasculares como disritmias, insuficiência cardíaca, infarto no miocárdio e AVCs.
Usando o modelo de Cox, que permite identificar variáveis independentes para análise estatística, o estudo comparou vacinados e não-vacinados para estimar a taxa de risco.
O modelo apresentou um intervalo de confiança de 95% para o efeito de cada dose da vacina na comparação com não vacinados, considerando idade, gênero, comorbidade e infecção por Covid-19.
Idosos vacinados contra Covid-19 têm menos riscos de doenças cardiovasculares
De acordo com o estudo, a vacinação completa reduz o risco de doenças cardiovasculares, sobretudo após a terceira dose da vacina contra Covid-19.
Além disso, os pesquisadores descobriram que esse efeito protetivo é mais aparente em grupos mais velhos, que já estavam no grupo de risco do vírus.
A descoberta sugere, portanto, que a vacinação contra Covid-19 não apenas reduz o risco de infecção pelo vírus, mas também previne graves complicações cardiovasculares.
Um ponto interessante do estudo é que, embora os dados indiquem um aumento no risco de miocardite e pericardite, os casos aconteceram em homens jovens. Outro fator é que esses casos ocorreram de maneira transitória.
Por outro lado, o estudo observou um leve aumento no risco de extrassístoles e de ataques isquêmicos transitórios. No entanto, esses riscos foram relativamente pequenos.
Aliás, é preciso ponderar tais dados com os benefícios substanciais para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares graves após a vacinação contra a Covid-19.
Desse modo, as descobertas do estudo ressaltam a importância da vacinação completa para proteção contra complicações cardiovasculares da COVID-19.
Essa capacidade de proteção, segundo o estudo, ocorre pela habilidade da vacina em prevenir graves infecções por Covid-19. Essas infecções, comprovadamente, aumentam o risco de problemas cardíacos.
Além disso, o estudo destaca a importância de doses de reforço da vacina para manter essa proteção, sobretudo em idosos.