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Depois de polêmica, Valve vai permitir qualquer jogo na Steam, desde que não seja ilegal ou “trolagem”

A Valve, empresa por trás da plataforma Steam, que conquistou quase um monopólio na venda de jogos de PC, fez uma publicação em seu blog na quarta-feira (6), esclarecendo suas políticas de conteúdo depois de ter removido um jogo de tiroteio em massa intitulado Active Shooter de sua loja no fim de maio. De acordo […]

A Valve, empresa por trás da plataforma Steam, que conquistou quase um monopólio na venda de jogos de PC, fez uma publicação em seu blog na quarta-feira (6), esclarecendo suas políticas de conteúdo depois de ter removido um jogo de tiroteio em massa intitulado Active Shooter de sua loja no fim de maio.

De acordo com Erik Johnson, da Valve, de agora em diante a empresa vai permitir que basicamente qualquer coisa seja vendida em sua plataforma — exceto se for ilegal ou uma “trolagem clara”.

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“A Valve não deveria ser quem decide isso”, Johnson escreveu na publicação. “Se você é um jogador, não deveríamos estar escolhendo por você que conteúdo você pode ou não comprar. Se você é um desenvolvedor, não deveríamos estar escolhendo que conteúdo é permitido você criar. Essas escolhas deveriam ser suas.”

Escrevendo que a Valve vê seu papel como o de um facilitador entre desenvolvedores e consumidores, Johnson acrescentou: “Com esse princípio em mente, decidimos que a abordagem correta é permitir tudo na Steam Store, exceto coisas que decidamos que sejam ilegais ou uma trolagem clara. Essa abordagem nos permite focar menos na tentativa de policiar o que deve estar na Steam e mais em construir essas ferramentas para dar controle às pessoas sobre quais tipos de conteúdo elas veem.”

Isso pareceria uma mudança total para uma abordagem de maior liberdade quanto ao que é disponibilizado na Steam, uma abordagem que acontece apenas semanas depois dos desenvolvedores dos jogos de romance visual Mutiny!! HuniePop terem recebido avisos da equipe da Steam de que seus produtos podiam ser expulsos da loja a menos que seu conteúdo supostamente pornográfico fosse removido.

Johnson escreveu que a plataforma iria, em vez disso, enfatizar a divulgação voluntária por parte dos desenvolvedores sobre que tipo de conteúdo eles estão distribuindo — ainda que fosse manter um controle de qualidade para jogos com “problemas”.

“Então, o que isso significa?”, escreveu Johnson. “Significa que a Steam Store terá algo que você odeia e acha que não deveria existir.”

Como apontou o TechCrunch, isso é, em essência, parecido com (e talvez menos restritivo do que) o modelo seguido por outras plataformas, como o YouTube, que foi acusado de arrecadar dólares de um ecossistema de conteúdo pelo qual nega responsabilidade.

Desenvolver uma política de moderação de conteúdo é difícil e fadado a revoltar pelo menos alguns usuários, mas a alternativa também pode ser induzir os impulsos do menor denominador comum. A decisão da Valve de construir uma brecha em sua nova política de conteúdo ao se reservar o direito de remover desenvolvedores que estejam simplesmente “trolando”, um termo que, em muitos aspectos, é definido por quem observa, poderia ser facilmente vista como cínica — ela vai lavar suas mãos, até que surja algo que receba bastante atenção pública negativa para que ela então expulse esse conteúdo.

Como Nathan Grayson, repórter do Kotaku, apontou no Twitter, a falta de moderação é, em si, uma expressão de valores libertários:

(“O valor estabelecido da Valve — que será expresso sempre que um jogo de tiroteio em escolas sair ou um jogo descaradamente racista ser lançado sem oposição porque a mentalidade é basicamente normalizada — é de que uma intenção vaga de abertura importa mais do que os resultados dessa intenção”)

Existe um argumento a ser feito de que jogos sobre tiroteios em escolas não se diferenciam materialmente tanto assim de, digamos, GTA V, em que matar um monte de civis é apenas uma maneira de passar o tempo entre partes do mapa.

Para a Valve, parece ser mais uma mudança em perspectiva de administração, por exemplo, abrir as portas para conteúdo pornográfico — ou jogos que vão além de representar discurso de ódio e acabam o promovendo. No fim das contas, isso tem muito menos a ver com diversidade de ideias e mais com o desinteresse da Valve de lidar com polêmicas dos segmentos tóxicos da comunidade gamer.

Só não se esqueça que, embora a Valve seja quem está fazendo alusão a uma espécie de mão invisível do mercado em funcionamento aqui, no fim das contas é ela quem está recebendo os cheques.

[TechCrunch/Steam]

Imagem do topo: Steam/Gizmodo

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