Vendas de cigarros eletrônicos dispararam entre 2020 e 2022
As vendas de cigarros eletrônicos estão crescendo expressivamente nos EUA. Segundo um novo estudo do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), as vendas mensais de unidades de cigarros eletrônicos aumentaram 46,6% entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022.
O dado representa um salto de 15,5 milhões para 22,7 milhões de unidades, de acordo com a pesquisa. O relatório indica que, provavelmente, os maiores responsáveis pelo aumento do consumo do produto são os jovens. As informações são da CNN.
Durante esses dois anos, as compras de cigarros eletrônicos com “sabor” de tabaco e menta caíram. Em contrapartida, disparou a procura por sabores doces, como de frutas. Esses são os que mais atraem o público jovem.
“Os picos dramáticos na utilização de cigarros eletrônicos pelos jovens nos mostraram a rapidez com que os padrões de venda e utilização desse produto podem mudar”, afirmou Deirdre Lawrence Kittner, diretora do Gabinete de Tabagismo e Saúde do CDC, em comunicado à imprensa.
“Os dados de vendas no varejo são essenciais para fornecer informações em tempo real sobre o cenário de cigarros eletrônicos em rápida mudança, o que é essencial para reduzir o uso de tabaco pelos jovens”, diz a nota.
Para investigar as tendências por trás do dispositivo eletrônico para fumar, os pesquisadores analisaram dados do varejo registrados entre 2020 e 2022. Foram abordados apenas varejistas tradicionais, sem contabilizar e-commerce.
O levantamento constatou que o aumento das vendas de cigarros eletrônicos acompanha o crescimento do número de marcas, que passou de 184 para 269 nos EUA.
Também conhecidos como “vape” ou “e-cig”, esses produtos são usados por mais de 2,5 milhões de alunos do ensino fundamental e médio nos EUA, segundo a Pesquisa Nacional de Tabaco Juvenil de 2022.
Problema também no Brasil
A Anvisa proíbe cigarros eletrônicos desde 2009, e a comercialização é ilegal. Mesmo assim, quase 20% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos fazem uso de “vapes”. A informação está no Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel) de 2022.
Divulgado em maio de 2023, um estudo do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) mostra que 2,2 milhões de adultos (1,4% dos entrevistados) consumiram cigarro eletrônico recentemente.
Em comparação com um levantamento de 2018, o número quadruplicou. Na época, o Ipec registrou índice de 0,3% entre a população, com menos de 500 mil consumidores. Agora, o número passa de 6 milhões.
Os cigarros eletrônicos contêm alta concentração de nicotina, uma substância química altamente viciante que pode prejudicar o cérebro dos adolescentes. O produto é tão nocivo quanto cigarro comum, conforme a Anvisa.
O órgão associa o uso desses dispositivos eletrônicos para fumar com o aumento do risco de jovens ao tabagismo. Além disso, há potencial de dependência e diversos danos à saúde pulmonar, neurológica e cardiovascular.