Pesquisadores encontraram um vestido com 1.900 anos de idade na Caverna das Cartas, no Deserto da Judeia, Israel. A descoberta é da IAA (Autoridade de Antiguidades de Israel), que publicou a imagem e as percepções da peça em sua página no Facebook.
Em Israel, arqueólogos já encontraram milhares de fragmentos de tecidos, muitos deles com origem no período romano. Porém, eles descobriram apenas nesta localidade tecidos com nós, como o do vestido recentemente encontrado.
A Caverna das Cartas fica no Vale Nahal Hever, na costa oeste do Mar Morto. Desde sua descoberta, na década de 1960, o local se mostrou um importante sítio arqueológico, fornecendo evidências sobre a história judaica antiga.
Como é a peça
Devido ao tamanho do vestido, acredita-se que pertencia a uma criança que vivia na região que hoje é Israel. Além disso, especialistas explicam que a peça é composta por dois painéis de tecido, um sendo a frente e outro as costas da peça.
As duas partes foram costuradas por suas bordas superiores, com espaço para a entrada do pescoço, onde estão alguns adornos, como fios de linho pendurados. Contudo, Orit Shamir, especialista em têxteis da IAA, explica que a tecelagem é simples e tem falhas.
De acordo com ela, “a espessura e a densidade dos fios não são uniformes”. Provavelmente, os povos antigos fabricaram a peça de acordo com uma técnica simples de entrelaçamento.
“A costura da peça de vestuário também não é meticulosa e tem vários buracos, alguns dos quais resultaram do desgaste”, explica.
Geralmente, este tipo de vestido servia como roupa de baixo, usada sob um traje superior decorativo, feito de lã colorida. Mas, segundo os pesquisadores, há a possibilidade da peça representar uma tradição judaica.
Vestido de proteção de tradição judaica
Os pesquisadores dizem que os nós da camisola foram pendurados para proteger a criança de doenças e outros perigos. Isso era costume na região onde hoje é Israel.
Os povos da região faziam os nós através da amarração de um fio de linho ao redor de alguns tipos de material. Entre eles, estavam resina, sal, sulfato de ferro, asfalto, hena, sementes e outros. De acordo com Orit, todos conhecidos por suas qualidades protetoras.
“Você realmente pode imaginar uma mãe escondendo sal para proteção e amarrando um pedaço da peça de linho enquanto recita orações e esperanças por seu filho ou filha”, afirma a especialista.