Ciência

Vilã ou exemplo? Como a China pretende resolver a crise climática

Saiba como a China, maior emissora de CO² do mundo, lidera a corrida pela energia limpa, à frente dos Estados Unidos
Imagem: Sinopec/Divulgação

Maior emissor de gases de efeito estufa no mundo, a China anunciou, ainda em setembro de 2020, seu objetivo de “atingir o pico das emissões de CO2 antes de 2030”. E, assim, “alcançar a neutralidade carbônica antes de 2060”.

No primeiro trimestre de 2023, a China emitiu mais de 3 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono, de acordo com um relatório do Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo (CREA) para a Carbon Brief. Saiba como isso tem relação com a pandemia de Covid-19 nesta matéria do Giz Brasil.

Dessa maneira, a redução nas próximas décadas pode determinar o futuro do planeta, evitando que o aquecimento global exceda 1,5 °C no mundo.

Porém, as emissões podem chegar ao seu pico antes de 2030. Justamente enquanto a China faz grandes instalações de energia solar e eólica, em busca da energia limpa. Mas quanto mais cedo esse pico ocorrer, maiores serão as chances de o país atingir a neutralidade carbônica a tempo. “A rápida expansão da energia de baixo carbono, se sustentada, poderá permitir que as emissões atinjam o pico e entrem em declínio estrutural”, explicaram analistas à CNN.

Se a China atingir seus objetivos a curto prazo, que incluem a redução em 18% na intensidade de CO2 e 13,5% na intensidade energética de 2021-2025 e limitar a cota de combustíveis não fósseis no consumo total de energia para 20%, a IEA (Agência Internacional de Energia) prevê que o país pode estabilizar as emissões provenientes da combustão de combustíveis em meados da década de 2020, com um leve declínio até 2030.

Fontes de emissão de carbono na China

As principais fontes de emissões de CO2 na China atualmente são a energia (48%), indústria (36%), transportes (8%) e edifícios (5%). O carvão, combustível fóssil mais poluente, é a principal fonte de energia do país. Sua produção aumentou 11% em 2022 em relação ao ano anterior, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas, quando uma seca prejudicou a hidroeletricidade.

Mas, ao mesmo tempo em que tem o carvão como a maior fonte de energia, o aumento da capacidade de energia solar fotovoltaica (PV) ultrapassou o de qualquer outro país. A intenção é que ela se torne a fonte de energia primária por volta de 2045.

E, apesar de ser a segunda maior consumidora de petróleo mundial, a China também é a maior fabricante de tecnologias essenciais de energia limpa do mundo. Coisas como baterias para veículos elétricos, por exemplo. No primeiro trimestre de 2023, as instalações solares aumentaram para um recorde de 34 gigawatts (GW). Isso é quase três vezes o valor do mesmo período de 2022, de acordo com a Administração Nacional de Energia. Além disso, novas instalações de energia eólica também foram recorde.

Neste mesmo período, pela primeira vez, essas fontes de energia renováveis, assim como a nuclear, alcançaram mais de 50% da capacidade instalada de energia no país. Dessa forma, ultrapassaram a capacidade baseada em combustíveis fósseis pela primeira vez na história.

Nos últimos anos, o país asiático começou a investir em energia renovável também na América Latina e no Caribe. Além de deixar de financiar energia a carvão no exterior. Ele segue à frente dos demais países do mundo na corrida pela energia limpa. Isso inclui os Estados Unidos, segundo maior emissor de gás carbônico no mundo.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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