O custo de mapear o genoma humano despencou consideravelmente: ele foi decodificado pela primeira vez a um custo de US$ 3 bilhões; agora, há máquinas que fazem isso por US$ 1.000. Isso tem um impacto enorme no tratamento de doenças, mas analisar o genoma não é uma tarefa fácil. Felizmente, o supercomputador Watson pode ajudar.
A IBM anunciou que o Watson será usado no New York Genome Center (EUA) para fornecer tratamento personalizado a pacientes com câncer no cérebro.
O objetivo é combater o glioblastoma multiforme, um tumor cerebral maligno que mata 13.000 pessoas por ano só nos EUA. O câncer se manifesta em diferentes mutações, e o melhor tratamento é personalizado de acordo com a genética do paciente.
No entanto, ainda é difícil para um médico associar o genoma de uma pessoa ao melhor tratamento para ela, o que envolveria também passar por inúmeros periódicos especializados. Aí entra o Watson, já que ele está acostumado a analisar gigabytes de dados em questão de segundos.
O supercomputador vai, então, analisar o genoma do paciente, estudos já realizados sobre glioblastoma e catálogos de remédios para sugerir a melhor opção ao oncologista. Vale notar que o Watson não realiza o tratamento, “apenas” recomenda o que fazer.
“Apenas”, em aspas, porque essa não é uma tarefa qualquer. Como diz Robert Darnell, presidente do NYGC, ao Financial Times: “a indústria farmacêutica cria alguns remédios maravilhosos; a parte mais difícil é levá-los às pessoas certas”. O prodígio da IBM está pronto para encarar o desafio.
Como o Watson pode ser acessado através da nuvem, os hospitais não precisarão adquiri-lo; basta pagar pelo serviço. Mas se for necessário instalá-lo, tudo bem: o supercomputador ocupa apenas o volume de três caixas de pizza.
Não é a primeira vez que o Watson atua no combate ao câncer: em 2012, ele passou por testes no Memorial Sloan-Kettering, maior centro de oncologia de Nova York. E no ano passado, médicos do WestMed e do Centro de Maine para Medicina do Câncer já podiam fazer perguntas ao Watson através de um tablet ou computador. Ele ajuda a decidir qual tipo de tratamento será mais eficaz para pacientes com câncer. [IBM via Financial Times via Engadget]
Fotos por IBM