A MIUI é uma das interfaces mais populares do universo Android. Mas a Xiaomi tem novos planos para os seus celulares: a empresa revelou o HyperOS, o software que irá “estampar” a tela dos seus novos dispositivos. O sistema operacional também será aproveitado em produtos de IoT (Internet das Coisas).
A novidade foi apresentada por Lei Jun, CEO da Xiaomi. Na rede social chinesa Weibo, o executivo lembrou a estreia da MIUI, em 2010. Apesar do sucesso do software, que antes podia até ser instalado em celulares de outras marcas, ele afirmou que era hora de “dar um salto adiante”.
“A Xiaomi já não possui apenas smartphones, mas também um enorme ecossistema inteligente que abrange mais de 75 categorias, e ‘toda a ecologia de pessoas e carros’ está prestes a completar o ciclo”, explicou.
Para atender essa demanda, a empresa optou por estrear um novo sistema operacional: o HyperOS. Mas as bases permanecem, pois a Xiaomi construiu o software sobre o Android e aproveitará o Vela, sistema desenvolvido pela própria empresa.
“[O HyperOS] reescreve completamente a arquitetura subjacente e prepara a base para a Internet das Coisas para dezenas de bilhões de dispositivos e dezenas de bilhões de conexões no futuro”, disse o CEO.
Lei Jun, no entanto, não trouxe muitos detalhes do estreante. Da mesma forma, não sabemos se o sistema manterá o design da MIUI ou terá uma interface completamente nova nos celulares e tablets da marca. Mas publicou a foto de um celular com o Xiaomi HyperOS em ação.
Lei Jun, CEO da Xiaomi, apresenta HyperOS (Imagem: Reprodução/Weibo)
Xiaomi 14 será o primeiro a trazer o HyperOS
Não vai faltar muito para o primeiro celular com o novo sistema operacional vir à tona. Afinal, o executivo também confirmou que a linha Xiaomi 14 terá os primeiros produtos da marca com o HyperOS no lugar da MIUI. “Mal posso esperar por esta nova era de Hiper Desempenho, fluidez e conectividade entre Smartphones x AIoT!”
Alvin Tse, vice-presidente global da Xiaomi, também confirmou a estreia do sistema no sucessor do Xiaomi 13. “Mal posso esperar por esta nova era de hiper desempenho, fluidez e conectividade entre smartphones e AIoT”, apontou em uma publicação no X (ex-Twitter).
A expectativa é de que a empresa apresenta o Xiaomi 14 ainda neste ano com o esperado Qualcomm Snapdragon 8 Gen 3.
Enquanto isso, a Xiaomi começará a se despedir gradualmente do MIUI. Ainda não está claro como será o processo de transição. Todavia, espera-se que os futuros produtos da marca chinesa terão o novo sistema operacional.
Segundo Alvin Tse, o HyperOS não será limitado ao mercado local. As edições globais dos seus produtos também contarão com o novo sistema a partir de 2024.
Além disso, é esperado que os modelos vendidos fora da China venham com a Google Play Store instalada, assim como já acontece nos aparelhos atuais com MIUI.
A aposta da Xiaomi desperta a atenção. A começar pelo fim da MIUI, uma das ROMs mais antigas do universo Android, que podia ser instalada em celulares de outras marcas no passado. Lembro, inclusive, de instalá-la em um Samsung Galaxy Ace em 2012. Era espetacular.
Depois, a ROM se tornou um dos pontos fortes dos celulares da Xiaomi, especialmente devido à personalização. O software também começou a trazer recursos que, antes, não estavam disponíveis nativamente no Android “puro”.
Porém, o mundo mudou desde o lançamento da MIUI há 13 anos. Se antes o foco da Xiaomi era celulares, hoje, a empresa tem um portfólio gigantesco em diversas segmentos. Especialmente com a estreia de linhas de produtos focados em IoT e com o desenvolvimento do primeiro carro da marca.
E é justamente por isso que o HyperOS chega em boa hora: pois fomenta o ecossistema da companha. Similar ao que a Huawei já pratica há alguns anos, pois o HarmonyOS está presente nos seus celulares, smartwatches e outras gamas de produtos, como roteadores.
A Samsung também aposta na experiência da One UI tanto nos dispositivos com Android quanto em computadores com Windows.
Jornalista especializado em tecnologia e carioca da gema. Já passou pelas redações do iHelp BR, Olhar Digital, Tecnoblog e TechTudo. É fã de música, cultura nerd e cinema. Nas horas vagas, está lendo, programando ou tocando baixo.
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