O “efeito WhatsApp” ajudou a limpar mais de 10 milhões de linhas móveis no Brasil

Segundos as teles, a popularização do WhatsApp e a crise ajudaram a reduzir o número de linhas móveis no Brasil.

O WhatsApp parece estar mudando consideravelmente as telecomunicações no Brasil. Um bom levantamento feito G1, com base em dados disponibilizados pela Anatel, aponta que mais de 10 milhões de linhas deixaram de existir em cinco meses deste ano. E um dos grandes responsáveis por isso, segundo as operadoras, é o WhatsApp, além da crise econômica.

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O aplicativo comprado pelo Facebook em 2014 provocou, basicamente, duas mudanças nas operadoras: o quase fim do envio de SMS (uma vez que o WhatsApp funciona em todas as plataformas grandes de smartphone), e agora a “limpeza” das bases de usuários das companhias. O uso extensivo do aplicativo torna pouco vantajoso ter vários chips: por que uma pessoa teria mais de uma linha se boa parte da comunicação dela é feita por aplicativos como o WhatsApp?

Ao G1, Bernardo Winiki, diretor de varejo da Oi, também cita uma questão geracional na mudança de hábitos dos donos de smartphone:

Você tem uma geração mais nova que usa mais o WhatsApp e prefere não falar [pelo telefone]. Aí usa o WhatsApp, Viber ou qualquer outro mensageiro. A barreira da comunicação começa a ser quebrada porque os aplicativos liberam voz sobre IP.

Para ajudar ainda mais esse enxugamento, recentemente, as operadoras TIM e Oi anunciaram o fim da cobrança de taxa entre operadoras, o que deve reduzir ainda mais o “efeito clube” (implantação de ofertas entre clientes de uma operadora para incentivá-los a convencer outros a aderirem).

Essa limpeza de base de chips é importante para as operadoras, pois para cada linha mantida, a empresa deve pagar uma taxa ao Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações). Logo, com menos linhas, as operadoras pagam menos e podem investir em outras áreas ou em benefícios para seus clientes.

Apesar do WhatsApp ter papel importante, as operadoras criticam o aplicativo, pois, basicamente, ele oferece um serviço que elas já têm (mensagens pela internet e chamada VoiP x SMS e ligação) e ainda sem pagar os mesmos impostos.

Por ora, a relação entre operadoras e WhatsApp parece relativamente amistosa. No entanto, se o serviço começar arranjar formas de ganhar bastante dinheiro — o WhatsApp, atualmente, cobra assinatura de usuários novos (os antigos têm assinatura vitalícia) —, a chapa pode esquentar para o serviço. Ou as teles podem comprar uma boa briga com todos os usuários do WhatsApp.

[G1]

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