Pesquisa aponta o que já se imaginava: você não vai ficar rico com seu canal no YouTube

Para cada músico profissional, atleta de alto nível ou chefe renomado, há centenas, se não milhares, de pessoas esforçadas e com pouco talento tocando em bares vazios às terças, mancando com dores no joelho ou fritando hambúrgueres em qualquer espelunca de beira de estrada. De acordo com uma nova pesquisa, a carreira de estrela do […]

Para cada músico profissional, atleta de alto nível ou chefe renomado, há centenas, se não milhares, de pessoas esforçadas e com pouco talento tocando em bares vazios às terças, mancando com dores no joelho ou fritando hambúrgueres em qualquer espelunca de beira de estrada. De acordo com uma nova pesquisa, a carreira de estrela do YouTube é bem parecida com isso aí.

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A plataforma de vídeos está repleta de histórias de sucesso, algumas com grande mérito, outras nem tanto. Aqueles que têm sorte conseguem levar seus canais até os 3% mais altos do site. Essa pequena casta abocanha, no total, cerca de 90% das visualizações. Você ainda não chegou lá? Poxa, que peninha! E mesmo se você conseguir, não vai ficar rico assim, não.

Muito provavelmente sua renda vai ficar em US$ 16 mil dólares por ano (em conversão direta, quase R$ 52 mil). Quem diz isso é Mathias Bärtl, professor da Universidade de Offenburg (Alemanha) responsável pelo estudo. Pode parecer um valor alto para nossa realidade, mas nos EUA isso é bem pouco. Com essa renda, você fica nos 12% mais baixos da pirâmide social do país.

Não chega a ser uma surpresa para nós e para pequenos criadores de conteúdo, que usamos o YouTube como uma fonte de renda extra e não como principal meio de sustento. Mas fica ainda pior.

Os canais que possuem maior audiência têm mais chances de conseguirem patrocinadores. O YouTube não revela como é feita a conta do preço por anúncio. Nós sabemos, entretanto, que os principais youtubers têm a opção de fazer parte do plano de “anúncios preferenciais”. Ele aumenta as chances de ganhar mais dinheiro a cada visualização de propaganda.

A pesquisa de Bärtl não inclui (até porque talvez não seja possível colocar isso em números) quanto desse desequilíbrio é resultado da intervenção do próprio YouTube.

Sabemos que a plataforma age em favor dos grandes nomes dos vídeos e em detrimento de melhorias na busca, nos relacionados e no uso de mais anúncios na própria plataforma. A análise, porém, é bastante assertiva ao mostrar que a plataforma como um todo está se aglutinando em torno de poucos canais selecionados. A tendência é que ela vire um galinheiro dos ovos de ouro bastante centralizado, ainda que muito do conteúdo produzido nos últimos anos seja bastante vergonhoso e constrangedor.

Compartilhar sua intimidade com a internet e transformar isso numa profissão pode não ser o melhor caminho para ganhar dinheiro. Melhor esperar o Google ser alvo de um processinho antitruste para começar nessa nova carreira.

Imagem: Getty

[Bloomberg]

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