Cientistas usam galáxias como lentes de aumento para ver estrelas a bilhões de anos-luz

Quando você olha para o céu à noite, vê um monte de estrelas — mas todas elas são parte da nossa galáxia, a Via Láctea. Com a ajuda de uma ciência que distorce o tempo-espaço, no entanto, nossos olhos agora podem olhar muito mais distante no espaço. • O doidão terraplanista enfim conseguiu decolar em seu foguete […]

Quando você olha para o céu à noite, vê um monte de estrelas — mas todas elas são parte da nossa galáxia, a Via Láctea. Com a ajuda de uma ciência que distorce o tempo-espaço, no entanto, nossos olhos agora podem olhar muito mais distante no espaço.

• O doidão terraplanista enfim conseguiu decolar em seu foguete caseiro
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Duas equipes de cientistas relataram ver estrelas individuais brilhando em galáxias a bilhões de anos-luz de distância, com a ajuda do Telescópio Espacial Hubble. Tudo de que precisaram foi da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.

Uma lente de aumento é apenas uma ferramenta que faz algo parecer maior ao mudar o caminho tomado pela luz que esse objeto emite ou reflete. Mas quem disse que uma lente de aumento precisava ser feita de vidro? Aglomerados gigantes de galáxias também conseguem torcer o caminho da luz, graças à sua gravidade, fazendo com que galáxias localizadas no lugar certo por detrás desses aglomerados pareçam muito maiores para nós.

Uma equipe de pesquisadores observou uma explosão estelar (mas não uma supernova) cuja luz havia viajada 13 bilhões de anos-luz e havia sido ampliada por um aglomerado de galáxias. Uma outra equipe viu uma galáxia a 14 bilhões de anos-luz ampliando outra galáxia por um fator de dois mil — suficiente para que os cientistas pudessem ver estrelas individuais na emissão de luz da galáxia. Ambas as equipes relataram suas observações e análises nesta segunda-feira (2), na revista Nature Astronomy.

Isso é muito animador, embora essas não sejam as supernovas ou estrelas mais distantes já confirmadas. Cientistas observaram supernovas mais distantes, e dá para dizer que as observações recentes de um sinal de rádio FM estranho era evidência das estrelas mais antigas (ou seja, mais distantes) que já existiram. Mas essas observações ainda são bem malucas, mostrando como a distorção do espaço pela gravidade, por si só, pode levar a umas observações profundas do espaço antigo.

Não está claro exatamente o que foram esses dois eventos — o primeiro grupo observou dois eventos que eles chamam de “Spock”. Mas é possível que estivessem apenas vendo duas imagens do mesmo objeto, porém a luz foi torcida de modo diferente por efeitos menores das estrelas nas galáxias de primeiro plano que serviram de lentes de aumento.

A astrofísica Rosanne Di Stefano, de Harvard, escreveu em um comentário na Nature que o processo de lente de aumento por subcomponentes da galáxia em primeiro plano poderia nos ajudar a entender melhor a matéria escura. Isso porque a matéria escura tem massa e, consequentemente, pode distorcer a forma do espaço. O Telescópio Espacial James Webb e o Large Synoptic Survey Telescope (LSST) poderiam estudar mais profundamente eventos aumentados por lente quando começarem a fazer suas observações em 2020 e 2022, respectivamente.

De qualquer fora, o espaço é demais, e é maluco pensar que podemos simplesmente usar o fato de que coisas enormes literalmente distorcem a forma do espaço-tempo em si para ver estrelas com maior clareza no universo.

[Nature Astronomy 1 e 2]

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