[Hands-on] Moto G, da Motorola: um smartphone acima da média por um ótimo preço
O Moto G foi anunciado hoje. A apresentação foi feita para o mundo inteiro a partir de um evento em São Paulo, que contou inclusive com a presença de altos executivos da empress – quando falamos “altos executivos”, entenda Dennis Woodside, CEO da Motorola Mobility, responsável por mostrar o Moto G.
Ele é o segundo smartphone feito pela Motorola sob influência do Google. O primeiro foi o Moto X, e nós gostamos bastante dele. Então o que ela preparou para o segundo? Um dispositivo potente com preço bastante acessível.
Dennis Woodside, CEO da Motorola, apresenta o Moto G
O Moto G tem processador quad-core Snapdragon 400 com clock de 1.2 GHz, 1GB de RAM, Android 4.3 (e será atualizado para o 4.4 em janeiro), tela HD de 4,5 polegadas. São especificações técnicas bem interessantes em um pacote barato: o modelo de 8GB com uma entrada de chip custa a partir de R$ 650. É menos do que a própria Motorola cobrava pelo Razr D3 quando ele foi lançado em março (ele também tinha boas especificações técnicas, mas abaixo do Moto G, e saia por R$ 799).
Ao pegar o Moto G, é impossível não lembrar do Moto X. Ele é idêntico ao seu irmão mais velho: a traseira curvada tem o mesmo encaixe perfeito nas mãos, a parte frontal praticamente sem moldura faz a tela de 4,5 polegadas não influenciar no tamanho do aparelho – ele também é bem compacto.
Em relação ao design, as diferenças são poucas. Na parte frontal, o speaker é um pouco menor e a câmera está posicionada no canto esquerdo, e não no direito. A traseira é removível – a bateria, no entanto, não é. A Motorola também lançou com ele diversas capinhas diferentes – chamadas de Moto Shell. Você pode ter as “normais” em diferentes cores (amarelo, vermelho, preto e branco), além de uma variação que se dobra e cobre a parte frontal do aparelho e uma outra protetora que dá mais volume ao Moto G. Mas a remoção da tampa traseira não é lá muito fácil – ela é dura e fica muito bem presa, você provavelmente vai precisar de um tempo para pegar o jeito de como tirá-la rapidamente.
As principais diferenças entre os dois aparelhos estão em hardware e software. Não apenas por potência. O Moto X contava com um “sistema de oito núcleos” com processadores de computação contextual e linguagem natural. Nada disso está no Moto G. Ele não espera que você fale com ele, não presta atenção no que acontece ao seu redor. Não tente falar com o Moto G. Ele não vai responder. Funcionalidades meio bestas, como balançar o aparelho duas vezes para ativar a câmera, não funcionam desta vez.
A Active Display não está no Moto G – então ele não pulsa notificações na tela do aparelho de segundos em segundos sem precisar acender todos os pixels do display. Desta vez o LED de notificações está de volta – aquela luzinha piscando na parte superior do aparelho e que incomoda até você enfim ver o que está acontecendo.
O Android 4.3 está praticamente sem alterações por parte da Motorola. O design é o mesmo encontrado nos Nexus, e Motorola adicionou alguns pequenos recursos. Um deles é o Moto Transfer, para facilitar a migração dos seus dados e arquivos de smartphones antigos para o Moto G. Outro é o Moto Assist, já tradicional nos smartphones da empresa, que muda as configurações do aparelho conforme o momento do dia – desliga as notificações e sons à noite ou em reuniões, por exemplo.
O que fica claro, usando o Moto G por algumas poucas horas, é que ele não é tão rápido como o Moto X – principalmente pela mudança do processador – mas a manutenção do Android em estado quase puro faz com que o Moto G não fique devendo para diversos aparelhos topo de linha no Brasil.
O único problema do Moto G segue as raízes de seu antecessor, o Moto X: a câmera traseira de 5 megapixels não traz resultados empolgantes, apesar de ser rápida. Se você usa muito a câmera, isso é algo bem. O app completamente redesenhado do Moto X está de volta no Moto G – sua interface é bem simplificada e não dá muitas opções de configurações avançadas, mas provavelmente é o bastante para quem quer apenas uma câmera boa para fotografar uma coisa ou outra.
Testaremos a câmera com mais calma, além de todo o aparelho, e traremos um review em breve. Mas nossas primeiras impressões com o Moto G são bem interessantes: um aparelho que não deve funcionalidades, especificações e poder em relação aos smartphones topo de linha, mas com um preço que condiz muito mais com a realidade brasileira – principalmente em um momento em que aparelhos chegam ao país por R$3 mil. E é interessante ver este interesse da Motorola no Brasil, que não só recebeu o aparelho no primeiro dia das vendas, como também recebeu o CEO da Motorola como um sinal de “ei, vocês são importantes”. Mas isso é um assunto para outra matéria…
Abaixo, mais fotos e detalhes das capinhas e do Moto G:
As diferentes capinhas traseiras do Moto G