As primeiras impressões sobre o Face ID do iPhone X
O módulo de câmera Face ID, do iPhone X, recebeu um pouco mais de atenção do que a Apple queria. A tecnologia de segurança de reconhecimento facial foi o recurso que mais capturou a atenção das pessoas durante o evento de Tim Cook e seus amigos — e mais tarde foi apontado como o culpado por trás dos atrasos e falta de estoque do iPhone X. Então, qual é a dele?
Peguei uma unidade para o review do iPhone X na tarde desta segunda-feira (30), e a primeira coisa que fiz, a primeira coisa que precisava fazer, foi testar o tão exaltado Face ID. A câmera melhorada e o belo display são definitivamente recursos cruciais, mas nenhum componente do iPhone X é mais essencial ao seu sucesso a longo prazo do que o Face ID. Essa é a próxima grande jogada da Apple em segurança biométrica, e se a empresa estragar tudo e um sensor barato no botão Home é uma solução melhor do que um conjunto de sensores delicado na tela, então a Apple terá construído nada mais do que um Galaxy S8 caprichado.
E isso não pode acontecer. A força da Apple não está em hardwares inovadores, mas, sim, na interface e experiência de usuário mais amigáveis ao consumidor disponíveis em smartphones hoje em dia. O novo módulo Face ID deveria permitir que você olhe de relance para seu celular e deslize para o lado para acessar sua tela principal. Mas seria ele tão mais simples do que um leitor de impressão digital?
Vale apontar que o Face ID também deveria tornar seu celular mais seguro. O Touch ID é definitivamente bom, mas sempre foi bem suscetível a tentativas de contornar o desbloqueio. Nasir Memon, da Escola Tandon de Engenharia da Universidade de Nova York, explicou ao Gizmodo neste ano que o Touch ID, na verdade, tira várias fotos minúsculas das impressões digitais de uma pessoa. “O que ele está fazendo é capturar quadrados pequenininhos, pequenas impressões digitais parciais”, contou.
Segundo a Apple, isso significa que existe uma chance em 50 mil que um estranho consiga acessar um celular por meio do Touch ID. Com o Face ID, a Apple alega que esse número vai para uma chance em um milhão (embora a empresa diga que o número cai significativamente se você tiver um gêmeo idêntico ou outro parente com características notavelmente parecidas).
Configurar o Face ID é fácil: só olhar para a câmera e mover lentamente a cabeça.
Mas o Face ID precisa ver seu rosto inteiro para funcionar, e, conforme nos aproximamos do inverno no hemisfério norte, você começa a ver algumas das deficiências inerentes à nova tecnologia. Tanto o Touch ID quanto o Face ID exigem que você remova suas luvas, mas, como notei em um teste nesta tarde, o Face ID também exige que você tire seu cachecol de cima do seu nariz ou o chapéu que você está usando. Aliás, com todo o falatório da Apple, em algumas situações, o Face ID começa a parecer menos conveniente. Não consigo desbloquear meu celular enquanto ele ainda está no meu bolsa, e por precisar deslizar para cima para destravar o telefone, parece que, às vezes, existe um passo extra ao desbloquear o iPhone X.
No uso mais constante, o Face ID na verdade funciona quase perfeitamente na maior parte do tempo. Eu nem paro para pensar nele. Inclino o celular em direção ao meu rosto e deslizo a tela. Sem precisar segurar pacientemente um botão. A pequena trava no topo da tela simples muda, e estou dentro. Para a minha diversão, ele até desbloqueia se eu fizer uma careta, e tenho que admitir: desbloquear meu celular enquanto faço uma careta é um prazer.
Melhor ainda, ele funciona completamente bem mesmo em situações em que você esperaria que um sistema de reconhecimento facial fosse definitivamente falhar. Tentar abrir meu telefone em uma sala escura ou depois de tirar os óculos? Sem problemas!
Óculos são algo importante a se discutir, no entanto. Eu só tive por algumas horas o iPhone X, e foi isso que levou para que o Face ID entendesse aquele troço de plástico na minha cara. Depois da configuração inicial do Face ID, na qual você gira seu rosto lentamente enquanto encara a câmera, a tecnologia demora um tempo para aprender suas características faciais, tornando-se mais inteligente quanto mais você usa. Isso significa que a primeira vez que você tentar abrir seu celular em uma sala escura, ou enquanto usa óculos, ele pode falhar. Mas depois que você fez isso algumas dezenas de vezes, ele sabe cada contorno seu e, de acordo com a Apple, pode funcionar até mesmo quando você estiver com uma barba monstruosa ou tiver se esquecido de tirar o buço que a genética te deu de presente.
Mas isso foi só o começo da minha semana com esse celular. Traremos mais informações quando tivermos tido mais tempo de brincar com ele e aprender mais sobre o aparelho.