As empresas mais reclamadas no Procon: fabricantes de tecnologia, lojas online duvidosas e mais
O Procon-SP divulgou esta semana a lista de empresas com maior número de reclamações em 2013, e ela vem cheia de más notícias: além dos velhos conhecidos, o “top 50” inclui mais empresas de tecnologia, além de lojas online notoriamente duvidosas.
No ano passado, Sony, Samsung e HP tiveram quedas significativas no número de reclamações e saíram do ranking. Infelizmente, neste ano elas estão de volta. São 702 reclamações no total (contra 251 no ano passado), relacionadas principalmente a produtos com defeito de fábrica. A Philips também entrou no top 50, com 383 reclamações (contra apenas 49 no ano passado), também por produtos com defeito.
E assim como no ano passado, temos a Nokia, LG, Motorola e CCE/Lenovo no ranking. E as duas últimas tiveram um aumento enorme: a Motorola saltou de 354 para 780 reclamações; enquanto a CCE/Lenovo teve 620 queixas, contra 283 no ano passado.
Entre as novidades da lista, temos também a Neon Eletro, que cobrimos extensamente por aqui: ela enganou milhares de pessoas, oferecendo produtos absurdamente baratos mas deixando de entregá-los. Isso também inclui a New York Sports e Ofertone, todas do mesmo dono. A Receita Federal apreendeu os produtos e o site saiu do ar. São 306 reclamações pelo motivo esperado: “não entrega/demora na entrega do produto”.
Outra loja virtual que figura pela primeira vez no top 50 é a Barato a Jato. São 196 queixas, a grande maioria por não entrega de produto. Mas esta é a ponta do iceberg: a loja coleciona centenas de solicitações não-atendidas no Reclame Aqui, mais páginas no Facebook reunindo clientes furiosos.
Aparentemente, o modus operandi era o mesmo da Neon Eletro: ofereça preços ridiculamente baixos, cobre pelo produto, mas não entregue. Em novembro, a Barato a Jato foi incluída na lista do Procon-SP com os sites de e-commerce que você deve evitar; a loja saiu do ar.
A confusão Neon Eletro/Barato a Jato acabou envolvendo uma terceira empresa: a Akatus, que servia como intermediária dos pagamentos – e também entrou no ranking do Procon, acumulando 486 reclamações. Outro de seus clientes era o InternetDinheiro, que vendia cursos prometendo dinheiro fácil na internet, e cujo site saiu do ar.
Quem comprava nessas lojas via “EMPRESA AKATUS SÃO PAULO” na fatura do cartão, o que motivou queixas em sites como o Reclame Aqui. A resposta da empresa, no entanto, é basicamente a mesma: ela “é somente a solução de pagamento utilizada pelo vendedor”.
A Akatus ainda acumula diversas reclamações em sua página do Facebook, mas divulgou um comunicado em dezembro, pedindo “sinceras desculpas a todos em relação a alguns problemas ocorridos nesses últimos meses”.
Outra loja bastante duvidosa no top 50 é a Casas Aurora/Aurora Magazine, com 233 reclamações, a maioria por falta de entrega dos produtos. Desde outubro, ela está na lista do Procon com sites de compras que você deve evitar. O site ainda está no ar.
O Mercado Livre continua no ranking, desta vez com 265 reclamações, e o principal motivo ainda é o mesmo: não-entrega ou demora na entrega dos produtos. O Decolar.com também permanece na lista, e pelos motivos de sempre: “cobrança indevida/abusiva”, “desistência do serviço” e “rescisão/alteração unilateral de contrato”.
Um pouco de boas notícias: sites de compra coletiva figuravam no top 50 do ano passado, mas saíram do novo ranking. O Groupon teve 130 reclamações (contra 305 há um ano); e o ClickOn teve apenas 15 queixas (contra 102 há um ano).
Mas, como sempre, sites famosos de compras também dividem espaço no ranking do Procon: o grupo Pão de Açúcar (Extra, Ponto Frio, Casas Bahia) acumula 804 reclamações; Ricardo Eletro, 365 queixas; Magazine Luiza, 329; e o grupo B2W (Americanas, Submarino, ShopTime), 273.
E lá no topo do ranking, ficam as operadoras: Claro/NET/Embratel conquistaram o primeiro lugar, acumulando 2.246 reclamações; enquanto Vivo/Telefônica, Oi e TIM estão no top 10. Por que elas acumulam tantas queixas? Como explica o Procon, elas demoram muito para resolver falhas na telefonia fixa; e a expansão na base de clientes de celular não veio acompanhada de uma expansão na rede. Problemas de cobrança abusiva também ainda são terrivelmente comuns.
Confira a lista completa aqui: [Empresas mais reclamadas 2013 via Procon-SP via Exame]
Imagens por Central Internet e Flickr